“MAYSA”: Só o apuro da reconstituição de época e as credenciais da minissérie, com texto de Manoel Carlos e direção de Jayme Monjardim, bastariam para atrair a atenção do público. Mas o programa também tinha como fio narrativo a vida marcada por excessos da cantora Maysa Matarazzo, vivida pela estreante Larissa Maciel. No time de revelações ainda havia Mateus Solano, elogiado no papel de Ronaldo Bôscoli.
“CAMINHO DAS ÍNDIAS”: Eram duas novelas em uma. A mais exótica se passava na Índia, onde o intocável Bahuan (Márcio Garcia) e a funcionária de telemarketing Maya (Juliana Paes) viviam uma paixão proibida, ameaçada pelo casamento arranjado dela com Raj (Rodrigo Lombardi).
A outra, passada no Rio, tinha como destaques a luta pelo poder na empresa Cadore, os saracoteios de Norminha (Dira Paes) na Lapa e o amor entre o esquizofrênico Tarso (Bruno Gagliasso) e Tônia (Marjorie Estiano).
Escrita por Glória Perez e dirigida por Marcos Schechtmann, a novela fez história ao ser a primeira produção brasileira do gênero a conquistar o Emmy Internacional. Ainda popularizou rituais e danças da cultura indiana e botou na boca do povo expressões como “are baba” e “atchá”. O público deu ao folhetim uma média de 39 pontos de ibope.
E chegou a influenciar a trama, consagrando o personagem de Lombardi, que terminou ao lado da mocinha.
“ESQUADRÃO DA MODA”: Versão do reality britânico de sucesso “What not to wear”, o programa conseguiu igual repercussão no SBT. Apresentada pela modelo Isabella Fiorentino e pelo stylist Arlindo Grund, a atração promove a transformação do guarda-roupa de uma pessoa comum. O ponto alto do ano foi a participação da cantora Stefhany.
“CARAS & BOCAS”: Apesar do tema — o mundo das artes plásticas —, a novela de Walcyr Carrasco nada tem de elitista. A atração das 19h, que conseguiu elevar em 20% a média de audiência dos últimos três folhetins do horário, chama a atenção pelas cenas de comédia, pelo texto ágil e por incluir um macaco pintor no elenco. A história é centrada na relação de amor e ódio entre a galerista Dafne (Flávia Alessandra) e o pintor Gabriel (Malvino Salvador). O sucesso popular fez a novela ser esticada em dois meses.
“POR TODA MINHA VIDA”: Embora tenha sido criado em 2006, o programa que biografa nomes da música brasileira teve em 2009 sua consagração.
Indicada pela terceira vez ao Emmy Internacional (pelo episódio sobre Mamonas Assassinas), a atração que une documentário e dramaturgia recriou as trajetórias de Cazuza, Claudinho (parceiro de Buchecha) e Raul Seixas.
Com boas audiências, virou fenômeno até no Twitter, onde fãs criaram o “Claudinho e Buchecha Day”.
“CINQUENTINHA”: Quatro viúvas, uma herança. Com essa receita de confusão, Aguinaldo Silva escreveu a divertida minissérie dirigida por Wolf Maya. As ex-mulheres eram vividas por Betty Lago, Maria Padilha, Marília Gabriela e Susana Vieira. O autor brincou com a biografia das atrizes para criar suas personagens.
“SOM & FÚRIA”: Escorada no prestígio do diretor Fernando Meirelles (de “Cidade de Deus”), a minissérie, versão da canadense “Slings and arrows”, foi das estreias mais comentadas do ano. A produção da 02 mostrava as coxias de montagens de Shakespeare.
No elenco, Felipe Camargo em seu primeiro protagonista de TV depois de 17 anos, Maria Flor e uma elogiada Andrea Beltrão.
“TRUE BLOOD”: A onda de vampiros que contaminou a ficção chegou à TV, pela HBO, com a série de Alan Ball. A trama se passa numa cidadezinha onde convivem sugadores de sangue, outros seres bizarros e humanos com a sexualidade a mil. Anna Paquin e Stephen Moyer são os protagonistas.
“GLEE”: Junte pérolas da música pop, uma trama passada numa high school e personagens à margem do sonho americano: esta é a receita do seriado de maior sucesso de 2009. Exibido pela Fox e inspirado no açucarado “High school musical”, o seriado retrata um coro de colégio formado por “perdedores”. Entre eles, um cadeirante, um gay e uma negra obesa. Além da história saborosa, a produção também virou fenômeno musical. Suas versões vocais de canções como “Don’t stop believing”, do Journey, chegaram ao topo das paradas.
“CILADA”: Roteirista e ator da sitcom, Bruno Mazzeo conseguiu um feito para poucos este ano: estar no ar, ao mesmo tempo, na TV aberta e na a cabo. Surgido no Multishow, o programa, na sexta temporada em sua versão original, virou quadro do “Fantástico” em abril. A proposta, de mostrar as roubadas em que o sujeito comum acaba se metendo, continua a mesma, mas agora Mazzeo faz graça com relacionamentos amorosos.
Os melhores de 2009 foram escolhidos pela equipe da Revista da TV
O Globo, 24 de dezembro de 2009
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