bernardo mello franco
Os petistas ainda não limparam as gavetas, mas o novo regime já
começou a implantar sua doutrina de salvação nacional. O primeiro na
fila de resgate é o deputado Eduardo Cunha. Depois de seis meses de
manobras, ele está prestes a se livrar de vez do processo por quebra de
decoro parlamentar.
Horas depois de ser chamado de "gângster", "bandido", "canalha" e "ladrão" em rede nacional, o presidente da Câmara acordou fortalecido na segunda-feira. Ontem seu aliado Waldir Maranhão levou a pizza ao forno.
Com o Congresso esvaziado, escalou um colega para anunciar novas amarras ao Conselho de Ética. Mesmo que o processo vá adiante, Cunha já tem maioria para trocar a cassação por uma pena mais branda.
Para isso, conta com a cumplicidade da oposição, que parou de atacá-lo, e do velho aliado Michel Temer, prestes a se tornar usufrutuário da faixa presidencial. O Supremo continua a lavar as mãos. O pedido para afastar Cunha está na corte desde dezembro, sem data para ser julgado.
Em outra frente, os salvacionistas articulam um enterro para o processo de cassação da chapa Dilma-Temer no TSE. No dia 13, o ministro Gilmar Mendes ressuscitou a ideia de se
parar as contas
da presidente e do vice. "Inicialmente o tribunal tem uma posição
contra a divisibilidade da ação, mas certamente agora podemos ter um
quadro novo", afirmou.
O quadro novo é o PMDB no comando, sem intermediários. Como disse o correntista suíço, ao votar a favor do impeachment: "Que Deus tenha misericórdia desta nação".
FOLHA DE SÃO PAULO, 20 DE ABRIL DE 2016
O quadro novo é o PMDB no comando, sem intermediários. Como disse o correntista suíço, ao votar a favor do impeachment: "Que Deus tenha misericórdia desta nação".
FOLHA DE SÃO PAULO, 20 DE ABRIL DE 2016
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