A nova versão no caso Amarildo, é de que ele teria sido capturado por uma facção do narcotráfico ao sair da UPP, assassinado e o corpo levado da favela por um caminhão da Conlurb que o jogou no lixão do Cajú, tudo com o objetivo de inculpar a PM. Como as câmeras comunitárias não
funcionaram neste dia, não é possível confirmar a saída de Amarildo da UPP. Essa versão, que vem das investigações policiais, e do próprio secretário Beltrame respondendo a ministra dos Direitos Humanos, é ainda mais dramática do que a anterior. Afinal, a Rocinha era dita como “pacificada” e de repente a polícia afirma o contrário, inclusive identificando mais de uma facção do poder paralelo do narcotráfico naquela comunidade, que deveria estar livre desse problema, conforme o reiterado discurso do governador.
Portanto, há pelo menos três hipóteses do caso Amarildo: a primeira e melhor, Amarildo está vivo e escondido por alguém que não quer que ele apareça por motivos aleatórios; segunda, Amarildo foi vítima fatal de um “acidente do trabalho policial” no interior da UPP e o corpo levado para desova numa viatura sem GPS localizador; terceira, após liberado Amarildo, supostamente envolvido com o narcotráfico, foi capturado por uma facção rival, para incriminar a PM.
Infelizmente todas hipóteses sobre o caso demonstram o descompasso do discurso oficial com a realidade, expondo a fragilidade e inconsequência da segurança pública do estado, sobretudo nas comunidades tradicionalmente abandonadas pelo poder público. Contudo, o que mais incomoda a todos nós, é a empedernida insistência do governo de justificar seus erros e o equívoco de suas políticas.
Investigações policiais no Brasil têm sido corriqueiramente utilizadas para torcer a verdade e proteger pessoas e instituições, apostando na fragilidade e esquecimento da opinião pública. É mais que possível que o caso não seja elucidado, e pior, que jamais se saiba onde está Amarildo.
- Márcio Donicci
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