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Depósito de Textos do Blog0news

local onde publico os textos & artigos maiores citados no BLOG0NEWS de modo que os posts de lá não fiquem enormes.

November 22, 2020

A candidatura de Boulos tem devolvido a tesão

 

 


ESTHER SOLANO

Na verdade, não estou apta a vo-
tar, pois não sou brasileira e
fico sujeita à vontade do legis-
lador que decidiu que estrangeiros são
subcidadãos políticos. De qualquer ma-
neira, anuncio aqui: vou de Guilherme
Boulos, de coração e cérebro. Escolha
pensada, refletida e decidida. Na urna
eletrônica da minha consciência, aper-
tarei o número 50.


Faço, pesquiso, estudo, vivo políti-
ca e não houve um dia em que não escu-
tei frases de desesperança, de decepção,
de raiva ou ressentimento contra a classe
política. Para a maioria dos brasileiros,
parece, a política só move paixões tris-
tes, escuras, sujas. Tem o rosto de elite
e fica tão distante que não tem cheiro
de rua nem de povo. Confesso que tam-
bém me dá vontade, com fre­quência, de
mandar muitos políticos à merda, a uma
merda gigantesca. Quando pergunto o
que os cidadãos sentem ao falar de políti-
ca, muitos respondem asco, outros, tris-
teza, outros ainda, mentira. São tantos
conceitos desoladores que dá vontade de
chorar. Por isso, o maior desafio do cam-
po progressista é trazer a política de vol-
ta para o povo, reencantar, reaproximar,
transformá-la novamente em sedução,
sorriso. Fascinar na política, enfeitiçar,
não com o feitiço do marketing, mas com
o feitiço das ideias. Política tem de ter te-
são, paixão, tem de dar calafrio, nem que
for uma pequena dor de barriga, pois, se
não for assim, se torna burocracia, ma-
quinário natimorto que não representa
nada nem ninguém, pura lógica carto-
rial envelhecida.


Sabe o que muitos eleitores de Bolso-
naro me confessavam no período das elei-
ções de 2018? Que ele representava espe-
rança. É isso. Tão simples, tão estarrece-
dor. Os brasileiros precisam de esperan-
ça. Nada mais humano, nada menos tri-
vial. Se a esquerda não for a esperança,
algum monstro poderá sê-lo. Se a gente
não representar a vida, o entusiasmo, al-
gum monstro o representará. Sem espe-
rança, sem entusiasmo, não há vida.


Por isso vou de Boulos. A candidatu-
ra dele tem me devolvido esse tesão que
para mim define a política. Há quem di-
ga que ele não tem chance. Eu e as pesqui-
sas eleitorais discordamos. Tem chance,
sim. Mais: sua candidatura tem me per-
mitido sonhar um pouco. Depois de tanta
tragédia, de tanto bolsonarismo, de tan-
to lixo, de tanta imundície, sonhar é se
manter vivo. Quero recuperar o meu di-
reito de sonhar. Não vou mitificar Bou-
los, nem o transformar em herói ou sal-
vador. Os deuses que nos livrem dos sal-
vadores. Democracia não combina com
Messias ou com super-homens, mas ele e
Luiza Erundina representam, para mim,
a melhor política que circula por São Pau-
lo. Pelo Conselho Cidadão de sua campa-
nha tenho visto uma circulação de ideias,
um respeito pelo pensamento e pela in-
teligência coletivos que não estavam pre-
sentes no meu cotidiano há muito tempo.


Por essa razão, venho aqui pedir o
apoio de vocês. Viremos o voto, amigos,
amigas. Em 2018 fizemos assim e foi um
movimento lindo, cidadão, inspirador. Foi
talvez a única coisa não tóxica da vitória
de Bolsonaro. Só de lembrar, me emocio-
no. Façamos de novo. Conversemos, dia-
loguemos, marquemos encontros virtu-
ais ou presenciais, seguros e com más-
caras. Sentemos para debater com aque-
le amigo que ainda não tem certeza de sua
escolha, aquele familiar que talvez vá vo-
tar em outro, mas com muitas dúvidas,
aquele vizinho boa gente, mas cansado
de tudo ou que tem medo da mudança.
Aquele conhecido que ainda tem um pe-
queno temor em relação ao Boulos “inva-
sor”. Lembram do cafezinho que a gente
oferecia para um desconhecido na tenta-
tiva de conquistar votos para Fernando
Haddad? É isso, vamos fazer de novo por
Boulos, por Erundina, por São Paulo, por
nós. Sei que estamos em plena pandemia,
mas com restrições e cuidados ainda te-
mos muito campo de ação.


A política é a construção conjunta do
nosso presente e do nosso futuro. Nin-
guém deveria se furtar à obrigação de lu-
tar por esse bem comum. Ninguém deve-
ria fugir da responsabilidade de edificar
o futuro, pois o futuro de ninguém deve-
ria ser roubado. O presente de ninguém
deveria ser ignorado. Todos somos polí-
tica. Você e eu somos política. Não recla-
mamos o tempo todo do custo exagera-
do das campanhas, da injustiça da propa-
ganda eleitoral, da miséria midiática de
não ter debates, da monetarização das
eleições? Então, mãos à obra. Peguemos
a política pelo braço e façamos parte da
nossa história. Não aguento mais proje-
tos bolsonaristas ou peessedebistas que
desperdiçam o potencial enorme de nos-
sa cidade, que despedaçam as nossas es-
peranças. Estou cansada de sentir tris-
teza quando penso em política. Eu que-
ro tesão. Vamos virar votos. • 

CARTA CAPITAL


Posted by Ricky at 11:00 AM No comments:

November 20, 2020

Documentos mostram alerta dos EUA e ação do governo brasileiro para facilitar exportação de madeira sem autorização do Ibama

 

 

 

 

LEANDRO PRAZERES

 

Documentos obtidos pelo GLOBO mostram que o governo brasileiro foi alertado por autoridades norte-americanas sobre suspeitas de exportação de madeira ilegal da Amazônia dias antes de o Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama) facilitar a exportação de madeira da região. Os documentos também mostram que, mesmo depois do alerta, o governo brasileiro continuou atuando a pedido de madeireiras para que os Estados Unidos aceitassem madeira sem autorização de exportação.

Em fevereiro, o governo brasileiro e o norte-americano haviam sido procurados por madeireiras que atuam no Pará. Contêiners da empresa Tradelink com madeira saída do Pará tinham sido retidos no porto de Savannah, na Geórgia, porque as autoridades americanas constataram que o material havia sido enviado a sem autorização de exportação expedida pelo Ibama exigida pela Instrução Normativa nº 15/2011.

A instrução, que ainda está em vigor, determina que a madeira da Amazônia só pode ser exportada após a emissão de uma autorização de fiscais do Ibama. Foram retenções como essa que fizeram um grupo de madeireiras paraenses pedir, no início de fevereiro, que o Ibama abolisse essa exigência. Ambientalistas, por outro lado, defendem que essa autorização aumenta a fiscalização sobre a madeira exportada pelo Brasil e diminui o risco de venda de madeira ilegal.

No dia 22 de fevereiro deste ano, o adido do Fish and Wildlife Service (FWS), Bryan Landry, enviou um e-mail para o presidente do Ibama, Eduardo Fortunato Bim, fazendo menção a um encontro que tiveram no dia anterior. No e-mail, Landry relata que o FWS havia identificado indícios de que a madeira brasileira apreendida nos EUA poderia ter origem ilegal e que, por isso, o órgão tinha decidido abrir uma investigação interna. O FWS é uma espécie de "Ibama" dos Estados Unidos.

Entre os indícios de irregularidades relatados por Landry estaria uma conversa mantida por ele com o presidente da Tradelink, Jens Bursche, em que ele havia admitido que a subsidiária da empresa no Brasil teria “alguém no escritório do Ibama e Belém para “sentar lá todos os dias para garantir que as remessas sejam liberadas”.

O e-mail também mostra que Landry contou ao presidente do Ibama que Bursche acreditava que as informações sobre a origem da madeira apreendida não eram corretas e que, provavelmente, o material vinha de diversas serrarias, o que dificultaria o rastreio da origem do produto. Procurado, Bursche nega ter feito essas alegações a Landry (leia mais abaixo).

“À luz das informações acima, e levando em consideração as informações fornecidas na sexta-feira […] nosso escritório abriu uma investigação oficial da Tradelink EUA”, diz um trecho do e-mail.

Três dias depois do alerta contido no e-mail do americano, no dia 25 de fevereiro, Eduardo Bim assinou um despacho determinando que as exportações de madeira da Amazônia não precisavam mais da autorização de exportação do Ibama. O argumento de Bim é de que o Documento de Origem Florestal (DOF) ou documentos estaduais equivalentes eram suficientes para a exportação de madeira. A medida causou surpresa no Ibama porque, 13 dias antes, uma nota técnica assinada por cinco servidores de carreira do órgão defendia a manutenção da autorização de exportação.

 


 

Pressionado por madeireiras, Ibama tentou convencer EUA a aceitar madeira sem autorização

Outro conjunto de dados obtido pelo GLOBO mostra que, pressionado por madeireiras que tiveram cargas apreendidas, o Ibama insistiu junto ao governo americano para que o país aceitasse madeira exportada sem autorização do órgão, como previa a Instrução Normativa Nº 15/2011.

Em julho deste ano, um escritório de advocacia a serviço da madeireira Tradelink e da Wizi Indústria e Comércio enviou dois ofícios endereçados a Eduardo Bim. O primeiro, no dia 21 de julho, pedia que o Ibama interviesse junto à Embaixada do Brasil nos Estados Unidos para evitar a incineração de uma carga de não fosse incinerada. Seis dias depois, Bim atendeu o pedido e enviou um ofício ao embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Nestor Foster Jr.

O segundo, no dia 31 de julho, pedia que Eduardo Bim atuasse junto à FWS para que a agência passasse a aceitar carregamentos de madeira brasileira exportados sem a autorizção de exportação do Ibama.

Dez dias depois, no dia 10 de agosto, Bim acatou a mais um pedido e enviou um ofício a Bryan Landry, do FWS. No documento, ele pediu que o órgão desconsiderasse um comunicado sobre uma multa por exportação ilegal de madeira em nome da Wizi Indústria e Comércio e que o FWS passasse a aceitar o envio de madeira brasileira sem autorização de exportação do Ibama, como previa a IN 15/2011.

Dez dias depois, o Ibama recebeu a resposta americana. Educadamente, Landry agradeceu o contato, mas disse que as investigações americanas avaliaram a cadeia de custódia das cargas e concluíram que a madeira apreendida havia sido exportada de forma irregular e deveria continuar apreendida.

"Nossa investigação independente nos Estados Unidos, incluindo uma análise exaustiva de toda a cadeia de custódia das cargas, forneceu evidências adicionais de violações da lei dos EUA [...]Tais evidências motivaram a apreeensão dessas remessas pelo Serviço de Pesca e Vida Silvestre, que propôs seu confisco", diz um trecho da resposta americana ao Ibama.

Procurado, o Ibama confirmou o encontro com Bryan Landry no dia 21 de fevereiro.

“O Ibama informa que a reunião entre o seu presidente e o adido do Wildlife Law Enforcement no Brasil, Bryan Landry, teve como objetivo apresentar os requisitos exigidos pela legislação brasileira para a exportação de madeira bem como as normas vigentes, não constituindo nenhuma forma de pressão ou pedido de liberação”, disse o órgão em nota.

A Embaixada dos Estados Unidos, por sua vez, disse que “não discute supostas comunicações oficiais e/ou privadas” e que o governo dos EUA “continua sendo um forte parceiro do Brasil para garantir que a exportação e importação de madeira seja regulamentada, legal e sustentável”.

Procurado pela reportagem, o presidente da Tradelink nos Estados Unidos, Jens Bursche negou, por e-mail, que a empresa tivesse colocado alguém dentro do escritório do Ibama no Pará para garantir a liberação de madeira e disse nunca ter expressado dúvidas sobre a origem da madeira exportada pela emrpesa.

"Eu nunca disse isso. Isso não foi discutido por mim e pelo senhor Landry", disse Bursche. "Na verdade, eu nunca tive dúvidas sobre as origens da madeira ou sua legalidade. A madeira veio de concessões do governo federal brasileiro totalmente autorizadas e documentadas. Nosso respeito à lei brasileira é 100% garantido", disse Bursche.

Governo rebate críticas acusando compradores de madeira ilegalidade

Os documentos mostrando a insistência do governo brasileiro para que os EUA aceitassem madeira exportada sem autorização do Ibama vêm à tona em meio a tensão criada pelo presidente Jair Bolsonaro rebateu as críticas que o país vem recebendo por sua política ambiental.

Ao longo da semana, Bolsonaro chegou a prometer que divulgaria uma lista dos países que compram madeira ilegal brasileira, mas na hora H, recuou.

Para a ex-presidente do Ibama e especialista sênior em políticas públicas da organização não-governamental Observatório do Clima, Suely Araújo, o Brasil deveria aumentar e não afrouxar os controles sobre a exportação de madeira do país. Sobre as ameaças de Bolsonaro de expor compradores de madeira ilegal, Suely Araújo disse que o Brasil não deveria jogar a “culpa” do problema nos outros.

— Somos nós que temos de cuidar para que a madeira exportada esteja legitimada pela plena observância da legislação ambiental, não impor essa obrigação aos compradores internacionais. Desregulamentações açodadas nesse campo no quadro desastroso que temos de ilegalidade são absolutamente inaceitáveis. Jogar a culpa em outros também — afirmou.

Procurado, o advogado que representa a Wizi Indústria e Comércio e a Tradelink no Brasil, Murilo Souza Araújo, confirmou ter acionado o Ibama para atuar em favor das madeireiras.

"Diante, da confirmação posterior em despacho do Presidente do IBAMA, de que o Dof exportação era documento hábil para se exportar madeira nativa, este causídico solicitou, em caráter retroativo, a aplicação da norma contida no art. 58 da IN 21/2014, bem como do despacho do Presidente (do Ibama) em favor de Wizi e Tradelink, pois as autoridades da FWL (o correto é FWS) nos USA, não estavam atendendo a norma brasileira, precisando de confirmação do órgão ambiental competente", disse o advogado em nota.

 

O GLOBO 

 

 

 

Posted by Ricky at 11:38 PM No comments:

Príncipe Charles se enfurece com sua imagem retratada em ‘The Crown’

 

Charles e Diana em 1985.

Mábel Galaz

A revisão que a série The Crown está fazendo da história mais recente da família real britânica provocou uma onda de indignação entre seus membros, sobretudo o príncipe Charles, um dos grandes protagonistas da última temporada. Como é habitual desde a estreia deste sucesso da Netflix, não há declarações oficiais do palácio de Buckingham, e sim informações que partem do entorno dos Windsor e chegam aos meios de comunicação. Uma dessas fontes diz que o príncipe de Gales está furioso com a versão da série feita pelos roteiristas com um orçamento próprio de Hollywood, e acusa a produtora de explorar a dor da família real para obter ganhos financeiros “apresentando como fatos uma versão distorcida do que aconteceu”. Nesta temporada, que estreou domingo passado, Charles é apresentado como um homem frio com a princesa Diana, com quem se casa praticamente sem conhecê-la, desprezando-a e sendo-lhe infiel com Camilla Parker Bowles desde o primeiro minuto da relação – à qual chegou por obrigação, não por amor.

Numa série de intervenções públicas bastante incomuns, que mostram a profunda preocupação da família real, porta-vozes oficiosos se alinharam para criticar a Netflix. “Isso é um drama e um entretenimento com fins comerciais, feito sem levar em conta as pessoas envolvidas”, afirmou uma dessas fontes ao Daily Mail. “Nesse caso, trata-se de arrastar coisas que aconteceram em tempos muito difíceis há 25 ou 30 anos, sem pensar nos sentimentos de ninguém. Isso não é correto nem justo, especialmente quando muitas das coisas exibidas não representam a verdade.”

A quarta temporada do bem-sucedido drama cobre os anos desde o assassinato do lorde Mountbatten (tio-avô do príncipe de Gales), em 1979, até a derrocada de Margaret Thatcher, em 1990. Mas é a descrição de um Charles insensível e egoísta, que se encontra e se casa com uma Diana inocente enquanto mantém seu romance com Camilla Parker Bowles, na época casada, que provocou tanta ira.

Tudo isso chega num momento delicado para o herdeiro, quando as pesquisas indicam que os britânicos preferem que seu filho William ocupe o trono quando Elizabeth II o deixar, e após muitos anos em que Charles trabalhou para deixar de lado a história que protagonizou com Diana – que, ao contrário dele, soube ganhar a simpatia popular.

“A nova série pinta o príncipe e a duquesa de uma forma nada lisonjeira. Pelo menos no início de reality shows como The Only Way is Essex, percebe-se que algumas cenas foram inventadas para o entretenimento”, disse uma fonte do palácio. “O público não deve se deixar enganar pensando que essa é uma descrição precisa do que realmente ocorreu.”

Josh O’Connor, no papel do príncipe Charles, e Emma Corrin, como Lady Di.
Josh O’Connor, no papel do príncipe Charles, e Emma Corrin, como Lady Di. Des Willie / Des Willie/Netflix

Há duas cenas de The Crown que indignaram o príncipe Charles. Uma é relacionada com a morte do lorde Mountbatten. Na ficção, o conde lhe envia uma carta pouco antes de morrer num atentado do IRA. Nela, Mountbatten comunica a Charles sua decepção por continuar mantendo a aventura com Camilla Parker Bowles e não cumprir seu dever de encontrar uma esposa. Nesse mesmo capítulo, o herdeiro qualifica de “traidor” seu tio-avô – que morre pouco depois. Certo é que não há provas nem da existência dessa carta nem das diferenças entre ambos naqueles dias prévios ao atentado. Tampouco há provas de que a morte de Mountbatten tenha precipitado a decisão de Charles de se casar.

A outra cena da quarta temporada que incomodou Charles profundamente é a que conta que o príncipe Philip, marido de Elizabeth II e duque de Edimburgo, ameaçou duramente Diana quando esta deixou de falar com o esposo. Essa atitude alimenta a teoria de que o marido da monarca pôde estar por trás do acidente em Paris que custou a vida da princesa, algo que nunca ficou provado.

Para os filhos de Lady Di, as cenas que parecem mais dolorosas são as que mostram a princesa se empanturrando antes de vomitar numa privada. Essa perspectiva e a lembrança pública da amarga separação de seus pais irritaram William especialmente. A polêmica chega num momento delicado para a família real, após o contrato que Harry e Meghan Markle assinaram com a Netflix no valor de 100 milhões de dólares (532 milhões de reais).

A rainha Elizabeth e o duque de Edimburgo ficaram mais irritados nas temporadas anteriores, quando, por exemplo, as cenas mostraram Philip tendo um romance com uma bailarina.

Uma fonte do palácio acusou a Netflix de não perceber que ainda restam cicatrizes da amarga separação de Charles e Diana. “Esses eventos não são a história de 100 ou mesmo 50 anos atrás. A dor continua intensa, e não passou tempo suficiente”, afirmou. “A ficção se torna mais atrativa que os fatos, e dramatizar esses dolorosos momentos de rupturas matrimoniais e crianças é muito insensível.”

A biógrafa real Sally Bedell Smith afirmou: “The Crown é uma obra de ficção, e o grau de invenção foi crescendo. Embora as temporadas anteriores tenham sido peças de época, a quarta é história recente, o que a torna mais cruel em suas representações falsas.”

Já o deputado conservador Daniel Kawczynski acrescentou: “Lamento muito que a Netflix tente se beneficiar com um projeto desse tipo, que realmente joga sal nas feridas. Cada família tem seus dramas e traumas emocionais. Será interessante ver se as pessoas decidem cancelar suas assinaturas.”

EL PAÍS

 


Posted by Ricky at 11:18 AM No comments:

November 17, 2020

Atenção, Paulo Guedes!

 

MEDO & DELIRIO EM BRASILIA:O cretinismo do mercado em todo seu esplendor:

“Com a credibilidade em baixa, o ministro da Economia, Paulo Guedes, não tem a mesma força do início do governo. Isso é cada vez mais consensual entre economistas ouvidos pelo Correio. Entre operadores do mercado financeiro, o ministro deixou de ser unanimidade.” [Correio Braziliense]

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“O rol de promessas não cumpridas é tão grande que Guedes já virou motivo de piadas e memes nas redes sociais, apesar de ainda ter um séquito de adoradores, como o presidente Jair Bolsonaro. O chefe da equipe econômica não conseguiu arrecadar R$ 1 trilhão com privatizações, fazer reformas estruturantes, como a administrativa e a tributária, e um novo pacto federativo, até hoje não detalhado. Tudo isso era para ser entregue no primeiro ano de governo, com a reforma da Previdência.”

Sim, o mercado achou que o vendedor de telexfree bronzeado e grisalho ia entregar um TRILHÃO, viado!

“Na avaliação de analistas, sem ter o que mostrar, ele partiu para ameaças, como a desastrosa frase de que o país voltaria para hiperinflação, que provocou uma onda de críticas. Há um problema concreto com a dívida pública bruta do país, que pode chegar, neste ano, a 100% do Produto Interno Bruto (PIB), patamar insustentável para um país emergente — e para o qual Guedes ainda não apresentou solução. Um economista próximo ao governo disse que está muito preocupado, e que não acredita nas promessas de cumprimento do teto de gastos — dispositivo constitucional que limita o aumento de despesas públicas à inflação do ano anterior —, última âncora da confiança do mercado no atual governo.”

Tem que ser muito trouxa pra acreditar que o presidente em eterna campanha de reeleição, eufórico com os números pós-auxíulio, respeitaria o teto de gastos.

“Guedes está virando piada, porque não fala nada de concreto sobre que rumo que o país vai seguir.”

Guedes SEMPRE foi uma piada. Guedes nunca deixou e nem deixará de ser uma grande piada.

“Depois de negar a ditadura, ele veio com a ameaça de hiperinflação e a promessa de privatizar quatro empresas no ano que vem, mas ainda não tem modelo”, destacou Elena Landau, responsável pelo programa de privatização do governo Fernando Henrique Cardoso. “O que foi apresentado é o que tinha sido elaborado no governo Michel Temer”, disse. “O ministro virou o menino que grita: é o lobo”, comparou ela, citando a fábula do garoto desacreditado, por ser um mentiroso, na hora em que o lobo vem de verdade. A consultora Zeina Latif, que criticou o discurso cheio de promessas de Guedes na posse, agora constata que estava certa. “Um ministro da Economia não pode ficar manipulando expectativas. Ele tem que ser uma referência de credibilidade do governo”, destacou.”

Mas ainda tem muito maluco acreditando:

“Na contramão, está o economista Pablo Spyer, diretor da corretora Mirae Asset. “Guedes tem credibilidade alta junto ao mercado. Ele é um dos melhores economistas do país”, defendeu.”

Credibilidade tão alta que ontem ele tava dizendo que seu prometido trilhão pra privatizações e imóveis da União – 1 trilhão em cada, é somado não! – era um exagero cantado por dois bancos. E eu aposto que não tem banco nenhum, ele tirou o trilhão do cu mesmo.

E enquanto boa parte da Europa em lockdwon olha o papo do Guedes:

“Qual o plano para o auxílio emergencial? Remoção gradual, e nós voltamos para o Bolsa Família. Esse é o plano A. Existe possibilidade de haver a prorrogação do auxílio emergencial? Se houver uma segunda onda de pandemia, não é possibilidade, é uma certeza, vamos ter que reagir. Mas não é o plano A, não é o que estamos pensando agora” [O Globo]

Enquantro isso, no mundo real:

“Em meio a um cenário de provável subnotificação de casos da Covid-19 em São Paulo, devido a um “apagão” nos dados que durou quase uma semana, hospitais particulares vêm registrando aumento no número de internações de pacientes nos últimos dias. Além disso, uma pesquisa da Info Tracker – ferramenta desenvolvida por USP e Unesp para monitorar o avanço da pandemia – aponta que entre 1º de agosto e 5 de novembro houve um salto de casos suspeitos de coronavírus na Grande São Paulo e na capital paulista. Especialistas da área da saúde e cientistas chamam atenção para uma possível segunda onda da doença. O Hospital Sírio-Libanês informou que voltou a atingir o pico de internações do início da pandemia, o mesmo registrado em abril deste ano: 120 pacientes com Covid-19. Nos últimos dois meses, o número oscilava entre 80 e 110. Sem dar detalhes sobre o total de atendimentos, o hospital 9 de Julho confirmou que registrou “discreto aumento” da taxa de ocupação em quartos privativos por pacientes com doenças respiratórias. Já o Hospital Vila Nova Star, que atende em sua maioria o público de alta renda, afirmou em nota ao Estadão que houve um aumento do número de pacientes com suspeita de Covid no pronto-socorro, porém também não informa o total de atendimentos. O HCor internou 100 pessoas nos meses de pico da pandemia. O número caiu para 18 pacientes, e agora aumentou para 30, segundo informações publicadas pela Folha de S. Paulo. Na última semana, a ferramenta Info Tracker, do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria, desenvolvida por professores da USP e Unesp, vem chamando atenção para um salto nos casos suspeitos de Covid. Segundo especialistas queestão monitorando 92 municípios (cidades que têm uma representatividade de 90% no número de óbitos por Covid no estado de SP) desde o início da pandemia, os casos suspeitos registraram crescimento na Grande São Paulo e na capital entre agosto e novembro.

Para Wallace Casaca, cientista de dados e um dos responsáveis por desenvolver a Info Tracker, o número de infectados suspeitos oscilava muito no ápice da pandemia, o que indicava normalidade para a ocasião em uma época de muitos registros diários. Com os recentes boletins do estado de SP mostrando queda no número casos e óbitos confirmados, o mesmo cenário deveria estar sendo observado nos casos suspeitos, mas, desde agosto, o número de casos suspeitos “só aumenta”. — De agosto a novembro, em dois ou três dias esse dado chega a cair, mas, no geral, sobe de forma considerável. Olhando para os números, já é possível ter indícios de segunda onda que a Grande SP e a capital podem estar vivenciando. Temos aumento de hospitalizados na rede particular, aumento de casos suspeitos e redução de casos descartados — explica o especialista. A ferramenta mostra que a capital paulista teve um aumento de aproximadamente 50% no número de casos suspeitos entre 1º de agosto e 5 de novembro, passando de 339.934 casos para 504.949. Na Grande São Paulo Sudeste, onde há grande concentração de casos suspeitos, a alta é de 75% (passou de 43.494 para 76.188 entre agosto e novembro). As demais regiões da Grande São Paulo também registram aumento: 41% na Sudoeste, 76% na Oeste e 12% na Leste. — A pandemia começou assim em março, com hospitalizados nos particulares, e depois migrou para o sistema público de saúde. Parece que a gente começa a vivenciar a mesma fotografia do começo da pandemia na Grande São Paulo — ressalta Casaca.” [O Globo]

Mas voltemos ao lunático do Guedes:

“Duas semanas depois de dizer que o plano de criar um imposto sobre transações eletrônicas estava “morto”, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a defender a ideia como forma de viabilizar a desoneração da folha de pagamento. — Quando nós falamos em desonerar a folha, nós precisamos encontrar uma forma de financiamento dessa desoneração. E aí falamos então no imposto, na contribuição, sobre transações, inclusive as digitais, que são as que mais crescem no país. Foi nesse sentido que consideramos essa alternativa de tributação, mas sempre com a perspectiva de que não há aumento de impostos, é uma substituição tributária — disse Guedes, durante evento com o setor de supermercados.” [O Globo]

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“Como o GLOBO mostrou nesta quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro não trabalha com a prorrogação do auxílio, que termina em dezembro. Além disso, indicou a interlocutores da ala política ter desistido de criar, neste ano, o Renda Cidadã. Segundo integrantes do alto escalão do governo, a ideia agora é manter o Bolsa Família, que atualmente beneficia 14,2 milhões de famílias, e incluir mais pessoas nas regras. — A ideia é que o auxílio emergencial foi criado para enfrentar uma calamidade. A pandemia está descendo, e o auxílio emergencial está descendo junto. Essa é a nossa realidade, esse é o nosso plano A — disse o ministro. No evento, Guedes reforçou que, se houver uma segunda onda da pandemia no Brasil — como está ocorrendo na Europa e começa chegar aos Estados Unidos —, o governo agirá da mesma forma que na primeira onda. Ele ressaltou, porém, que pretende gastar menos. Até agora, o governo já liberou R$ 580 bilhões em medidas para combater a pandemia. — Se houver uma segunda onda, atingir os brasileiros de novo, nós vamos reagir da mesma forma que reagimos na primeira onda. Vamos ter criar o estado de calamidade pública. (Mas) neste ano nós gastamos 10% do PIB, talvez a gente gaste 4% (no próximo ano) — disse, acrescentado: — A probabilidade hoje é baixa, não é tão alta, mas nós temos que estar preparados.”

rolandolero

“O ministro também disse que não é possível gastar muito por conta da disparada da dívida pública, que já se aproxima de 100% do PIB. — É muito fácil agradar a todo mundo, dar um dinheiro para todo mundo, e hipotecar o futuro de nossos filhos e netos, que é o que tem sido feito há muitos governos. O auxílio emergencial começou a ser pago com o valor de R$ 600, durante cinco meses. Depois, esse valor foi reduzido para R$ 300, até dezembro. A proposta inicial do governo, por outro lado, era de uma mensalidade de R$ 200. O valor subiu com as discussões no Congresso Nacional, número maior que o esperado por Guedes. — O primeiro movimento do governo foi de criar um auxílio de R$ 200, para durar mais tempo. A base de atendimento foi muito grande e o valor começou a subir. No fundo, o número saiu um pouco maior do que nós esperávamos. Eu esperava que fosse de R$ 200 para R$ 400, já era o dobro do que estava lá. Mas a decisão política foi de empurrar para cima. Pode ter sido um exagero naquele momento, mas eu não me arrependo — afirmou.”

Decisão política do presidente da república, seu chefe, pra sair bem na foto decidiu por R$ 600 só pra ofuscar os R5 500 estabelecidos do Congresso.

“No fim de outubro, em audiência pública no Congresso, o ministro havia dito que a ideia estava descartada e vinha sendo criticada pelo presidente Jair Bolsonaro. Na ocasião, Guedes disse que estava considerando que precisava parar de falar no tributo, defendido por ele e sua equipe desde a campanha eleitoral, mas enfrenta dificuldades por ser comparada à antiga CPMF, que vigorou entre 1998 e 2007 no país e se tornou extremamente impopular. A nova declaração sobre o plano ocorreu após o ministro ser questionado se a reforma tributária traria aumento de impostos. Além de defender a substituição do tributo sobre salários pela taxação sobre transações, Guedes voltou a afirmar que, na proposta do governo, dividendos — hoje isentos — passarão a ser tributados, como compensação a uma redução da tributação sobre o lucro das empresas. — Não haverá aumento de imposto para quem paga imposto. Agora, quem nunca pagou, vai pagar. Então você fala: “Vai haver aumento de imposto sobre dividendos?”. Vai, os impostos sobre dividendos subirão, sim. “Vai aumentar imposto sobre quem estava isento antes e nunca pagava?”. Vai, se nós tributarmos as transações, quem não pagava, vai começar a pagar — acrescentou o ministro. Ele afirmou, no entanto, que a decisão sobre as medidas depende de articulação política, como costuma dizer ao se referir aos planos da equipe econômica: — É a política que dá o timing das reformas. Foi a política que permitiu a remoção dos privilégios na Previdência, a retomada dos leilões de petróleo, o envio da reforma administrativa.”

E essa aqui é hilária:

“De acordo com o que foi revelado por “O Estado de S. Paulo” de hoje, o governo quer criar um programa de microcrédito de R$ 25 bilhões para diminuir o impacto do fim do auxílio emergencial. Como conseguir essa grana toda? Aumentando o depósito compusório dos bancos. Entre os grandes bancos, a ideia causou horror. Diz um executivo de um bancão: — O governo inaugurou a fase da linha liberal-heterodoxa com essa ideia maluca.” [O Globo]

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November 16, 2020

Tá lá um presidente estendido no chão

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O tenebroso 2021 nem chegou e o presidente tarado por armas já tá psicologicamente em frangalhos, Daqui a pouco ele inventa de “entrar na história”. E o problema não é falta de reconhecimento, se tem uma verdade é que o trabalho do capitão e dos generais é reconhecido mundo afora, não à toa nos tornamos párias.

“Publicamente, o presidente pregou que o Brasil tem “deixar de ser um país de maricas” e enfrentar a pandemia de “peito aberto”.

Entra em cena Dr. Pazuello, que pelo visto não tá enfrentando de “peito aberto“, recebeu duas altas e continuou no hospital!

“Em sua primeira agenda pública após ser diagnosticado com o novo coronavírus o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que ainda não está “completamente recuperado”. Segundo ele, a Covid-19 “é uma doença complicada” e é “difícil de voltar ao normal”. Nesta quarta-feira, o ministro participou do lançamento da campanha Novembro Azul.” [O Globo]

“No dia 21 de outubro, logo após ser diagnosticado com a doença, Pazuello participou de uma live com o presidente Jair Bolsonaro. Na ocasião, o ministro afirmou que estava utilizando vários medicamentos, incluindo a cloroquina, e que havia acordado “zero bala”. Apesar da declaração, dias depois, em 30 de outubro, o ministro acabou sendo internado em um hospital particular em Brasília, onde permaneceu por dois dias, sendo transferido em seguida para o Hospital das Forças Armadas. Durante sua fala, nesta quarta-feira, o ministro voltou defender a liberdade de prescrição dos médicos, o que vem sendo reiterado pelo Ministério da Saúde como argumento para orientação do uso da cloroquina desde os níveis iniciais da Covid-19.”

E até agora não se sabe que diabos aconteceu com o ministro da Saúde corajoso o suficiente pra se gabar de ter tomado o “Coquetel Pazeullo“.

Do Tales Faria:

“As críticas generalizadas ao fato de o presidente Jair Bolsonaro ter politizado o combate e as vacinas contra o coronavírus; a derrota do seu ídolo, Donald Trump, nas eleições dos Estados Unidos; a preparação para a guerra pela eleição do novo presidente da Câmara contra o atual presidente, Rodrigo Maia; o mau desempenho de seus candidatos nas campanhas municipais deste ano; o cerco de seus ministros militares aos ministros da área ideológica; o risco que ele vê de a crise econômica se acirrar, e o Congresso e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, parados. Tudo isso tem literalmente tirado o sono do presidente da República. Seus auxiliares mais próximos contam que ele tem tido noites de insônia no Palácio do Alvorada.” [UOL]

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“Às vezes, irritado, ansioso, deixa a proteção das portas de vidro do empíreo projetado pelo comunista Oscar Niemeyer e posta-se, desolado e isolado, em conjecturas no gramado.“

Que seja assim até os últimos dias: uma vida miserável! Poderia ter continuado na mamata, tranquilo em sua insgnificância na câmara, esbravejando no Superpop com as reeleições da famiglia garantidas. Mas não, inventou de ser presidente, o capitão bunda-suja achou que ficaria bem no gabinete preisdencial. Pior, os generais tiveram a mesma impressão.

E cê tem noção da proeza que é Bolsonaro e sua menção à pólvora conseguirem se enfiar no briefing da Casa Branca e da equipe de transição no meio desse Medo e Delírio em Washington?

“A declaração de guerra não foi bem recebida nem pelo embaixador dos EUA no Brasil designado por Trump. Logo depois, Todd Chapman postou uma mensagem parabenizando o Corpo de Fuzileiros Navais norte-americano pelo aniversário de 245 anos. NUm recado sutil e diplomático, o embaixador acrescentou às publicação um vídeo que aponta o destacamento como o “maior do mundo” e está “sempre de prontidão para responder de forma rápida, seja por terra, ar ou mar”.”

“O novo velho Bolsonaro puxou a metralhadora na cerimônia e atirou até mesmo contra o seu país, chamando a todos de “maricas”: Tudo agora é pandemia, tem que acabar com esse negócio. Lamento os mortos, lamento. “Todos nós vamos morrer um dia, aqui todo mundo vai morrer. Não adianta fugir disso, fugir da realidade. Tem que deixar de ser um país de maricas. Olha que prato cheio para imprensa. Prato cheio para a urubuzada que está ali atrás. Temos que enfrentar (de) peito aberto, lutar”. Rodrigo Maia, entendeu os motivos da irritação do presidente e respondeu no Twitter que está disposto à guerra”

“No entanto, Bolsonaro costuma fazer movimenos erráticos, Em geral, quando avabça demais e sofre reações fortes, como essas, acaba recuando para depois atacar novamente. É possível que faça algum movimento de recuo nos próximos lances. Mas os bolsonaristas radicais estão felizes da vida com os últimos gestos do presidente.”

E o papo de pólvora caiu super bem no Exército:

“Interlocutores de militares da ativa disseram ao blog nesta quarta-feira (11) que eles não gostaram nem um pouco da fala do presidente Jair Bolsonaro. Para esses militares, Bolsonaro transformou o Brasil em motivo de piadas e chacotas, gerando mais um mal estar para as Forças Armadas, que, segundo eles, jamais topariam entrar numa aventura bélica.” [G1]

O que eu gosto dessa notícia não é nem a enésima humilhação que o capitão impõe aos generais, mas os militares achando que podem se dar ao luxo de topar ou não topar uma “aventura bélica” com os EUA. A única “aventura bélica” possível seria uma rendição, porra!

“Entre os militares da ativa, há um claro clima de desconforto com as posições do presidente da República.”

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Estamos no vigésimo terceiro mês de governo, dessa montanha russa de insanidades e desconstrução da imagem das Forças Armadas. Mas vai ver “há um certo clima de desconfiança”

“Eles já questionaram o fato de Bolsonaro ter colocado no Ministério da Saúde um general da ativa, Eduardo Pazuello. O ministro foi escolhido para fazer na pasta exatamente o que o presidente defende, independente de decisões técnicas e científicas. Em relação às declarações desta terça, os militares se perguntavam se Bolsonaro não percebeu que fez uma alusão a um conflito militar com os Estados Unidos.“

Daqui pra frente parece release de quartel:

“Segundo interlocutores dos militares da ativa, eles estão preocupados com os “rompantes” e “improvisos” do presidente que estão prejudicando a imagem das Forças Armadas. Eles lembram que o presidente sempre usa o argumento de que os militares estão do seu lado em caso de alguma crise grave, mas tem tomado decisões que prejudicam as Forças Armadas.”

Mas como Bolsonaro deu uma moral na previdência eles tão aí.

“Na avaliação destes militares, a continuar neste ritmo, Bolsonaro acabará forçando os colegas das Forças Armadas a repensarem se vale a pena seguir em seus cargos no governo.”

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Sim, alguém vai chegar com uma arma engatilhada na cabeça dos milicos e os obrigará a abandonar o capitão. Força, guerreiros!

“Pois, se permanecerem, é como se os militares dessem aval às polêmicas e confusões criadas pelo presidente da República.”

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Nessa hora eu tireo o óculos, apoiei na mesa, esfreguei os olhos, li de novo e fiquei uns 10 minutos desconcertado.

E aqui me valho dum certo general vice-presidente da república:

“Se o nosso governo falhar, errar demais – porque todo mundo erra –, não entregar o que está prometendo, essa conta irá para as Forças Armadas” [G1]

E por falar no vice, ele realmente colocou o rabinho entre as pernas como um obediente cão de estimação:

“Eu já falei que eu não comento coisas do presidente. Vocês têm que lembrar, mais uma vez eu digo: eu sou vice-presidente, ou seja, existe uma relação aqui ética e de lealdade que eu não passo, que eu não cruzo essa linha.” [G1]

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Passo ao Luiz Carlos Azedo:

“O presidente Jair Bolsonaro ainda não conseguiu processar a derrota de Donald Trump nas eleições para a Presidência dos Estados Unidos. Em parte, isso explica o fato de não ter manifestado, ainda, as congratulações devidas ao democrata Joe Biden, o novo presidente norte-americano, somando-se aos poucos chefes de Estado que ainda não o fizeram, entre os quais Vladimir Putin, da Rússia, e Xi Jinping, da China, que têm disputas estratégicas com os norte-americanos muito diferentes das nossas contradições com os EUA. No momento, a atitude de Bolsonaro situa o Brasil nesse quadrante político, mas isso não tem a menor aderência à realidade geopolítica da qual fazemos parte historicamente. Para usar uma velha expressão popular, Bolsonaro está sem pai nem mãe na política internacional. Seu comportamento parece emocional, porém, politicamente, é muito semelhante ao de Vladimir Putin em relação ao então presidente norte-americano Barack Obama, e à primeira-ministra alemã, Angela Merkel. Ambos o decepcionaram por tratarem a Rússia como uma nação decadente e a ele, pessoalmente, como um líder de segunda classe. Putin deu as costas ao Ocidente e recorreu ao nacionalismo russo para se manter no poder, até hoje, com apoio dos militares, controle do Judiciário e da imprensa, e uma estreita aliança com a Igreja Ortodoxa Russa, para uma contrarreforma nos costumes. Entretanto, na prática, uma conexão ideológica com Putin não faz o menor sentido em termos geopolíticos. As reações de Bolsonaro são típicas de quem está em dificuldades diante de uma grande perda, no caso, o colapso da sua aliança estratégica com Trump. É um processo que, psicologicamente, começa pela negação e evolui para a raiva. O presidente da República parece estar entre uma fase e outra. Num divã de psicanálise, suas declarações levariam a essa conclusão: “A minha vida aqui é uma desgraça, problema o tempo todo. Não tenho paz para absolutamente nada. Não posso mais tomar um caldo de cana na rua, comer um pastel. Quando eu saio, vem essa imprensa me perturbar. Pegar uma piada que eu faço com Guaraná Jesus para tentar me esculhambar”.” [Correio Braziliense]

E até para os padrões bolsonaristas comemorar a morte de uma pessoa é espantoso, a indiferença deu lugar à celebração:

“Mas o fato que assustou todo mundo, inclusive ministros do governo e os líderes governistas no Congresso, foi a declaração de Bolsonaro comemorando a morte de um dos voluntários que estão testando a vacina chinesa CoronaVac, em pesquisa do Instituto Butantan, que a Anvisa, indevidamente, suspendeu. Além da absurda falta de empatia, Bolsonaro mentiu, ao afirmar que a vacina foi a causa mortis, quando se trata de um caso de suicídio. Se o presidente da República continuar nessa rota, teremos um formidável caso de suicídio político.”

E a disfuncionalidade do governo verde-oliva é absolutamente desocncertante, a frase é do Carlos Minc.

“Sem falar com o Mourão, Bolsonaro fica sem saber nada da Amazônia e ainda cria um fosso na relação com militares” [Folha]

Marina foi pela mesma linha:

“Se Bolsonaro não trata de nenhum assunto com Mourão e Mourão é responsável pelo Conselho da Amazônia, logo o presidente confirma a sua profunda alienação sobre mais de 60% do território nacional. Esse é o grau da incompetência política e administrativa do governo.” [Facebook]

Tem uma frase muito usada no Exército, “a tropa é o espelho do comandante“.

Em 2018 Villas-Bôas era o comandante do Exército quando tuítou uma nada sutil ameaça de golpe ao STF na véspera do julgamento do Lula. Bem, se a tropa era espelho do Villas-Bôas, hoje confortavelmente instalado em uma sala no Palácio do Planalto, tá explicado porque o Exército deu all-in no capitão.

Mas vamos subindo na hierarquia, o comandante-em-chefe, o comandante supremo das forças Armadas, tá lá na Constituição, é o presidente de turno. De 88 pra cá era só civil no gabinete presidencial, mas o atual comandante supremo das Forças Armadas é o capitão bunda-suja expulso (oficialmente não, digamos que ele foi gentilmente saído) do Exército por indisciplina. O vice é um general. O que mais tem no Palácio – aquele Palácio que testemunhou Bolsonaro disparar por 20 minutos, furiosas rajadas de absurdos, ofensas e mentiras – são fardados.

A tropa faria bem em quebrar o espelho o quanto antes, pelo bem das Forças Armadas.

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November 15, 2020

O teatro dos generais indignados

 

Reza a lenda Mourão foi convidado a submergir:

“A instável relação entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seu vice, Hamilton Mourão, entrou nos últimos dias em uma nova fase de divergências e críticas abertas, levando militares do Planalto a pedirem para o general submergir. A sequência de estocadas do presidente em Mourão fez com que militares bombeiros do Planalto entrassem novamente em ação para baixar a temperatura. O pedido foi, mais uma vez, para o vice-presidente evitar falar de temas que digam respeito ao presidente e reduzir suas falas à imprensa.” [Folha]

Submergiu tanto que deu entrevista à rádio do RS!

“Após as manifestações de Bolsonaro, Mourão disse que se “penitencia” por não ter colocado os documentos que mencionam a proposta em sigilo. Afirmou também que eram apenas de “ideias” discutidas pelos ministérios, que não devem avançar. Terminou falando que, se fosse presidente, também estaria “extremamente irritado” com a situação.” [Folha]

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E tem mais show do Mourão:

“O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta sexta-feira que “a política não pode entrar dentro do quartel”. Mourão, que é general da reserva, disse que a politização dos militares atrapalha a hierarquia e a disciplina dentro das Forças Armadas. — Quantas vezes você já me ouviu falar isso? Acho que várias vezes, né? Política não pode entrar dentro do quartel. Se entra política pela porta da frente, a disciplina e a hierarquia saem pelos fundos — disse Mourão, ao deixar o Palácio do Planalto no início da tarde.“ [O Globo]

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Na moral, vai ser cretino assim lá na casa do caralho! Sabe quem levou a política pra dentro do quartel em 2015?!

“O comandante do Exército, general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, exonerou ontem o chefe do Comando Militar do Sul, general Antônio Hamilton Martins Mourão, que fez críticas à presidente Dilma Rousseff em palestra proferida em 17 de setembro, no Rio Grande do Sul. Mourão foi transferido para a Secretaria de Economia e Finanças da pasta, um cargo burocrático em Brasília. Na palestra, o militar afirmou que a saída da presidente Dilma não mudaria o “status quo”, mas que a “vantagem da mudança seria o descarte da incompetência, da má gestão e da corrupção”. Nos slides da palestra, Mourão apresentou mensagens como “mudar é preciso” e falou em “despertar para a luta patriótica”.” [O Globo]

Sim, Mourão fez um discurso político atacando a comandante-em-chefe, ética hierarquia militares mandaram lembranças. E agora que o palácio foi tomado pelos verdes-oliva Mourão tem a cara de pau de dizer isso.

“Além disso, o general disse que “a maioria dos políticos de hoje parecem privados de atributos intelectuais próprios e de ideologias, enquanto dominam a técnica de apresentar grandes ilusões”.

Por isso ele votou no Bolsonaro. E olha que ele disse isso aqui do Bolsonaro dia desses:

“Ele foi muito mais político do que militar. Encerrou a carreira no posto de capitão, onde você é muito mais físico do que intelectual. Quando você muda da parte do físico para o intelectual, ele não viveu esse momento da carreira militar”

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E Mourão fala como se ele fosse um luminar da razão, hilário. Como se esse generalato aí primasse pela inteligência. Se tem algo que esse governo ensinou ao país é que qualquer imbecil pode ser presidente, ministro ou general.

“Em 2017, ainda na mesma função, Mourão falou na possibilidade de uma intervenção militar, na mesma semana em que o então presidente Michel Temer foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por organização criminosa e obstrução de Justiça. Também em uma palestra, o militar afirmou que “ou as instituições solucionam o problema político”, retirando da vida pública políticos envolvidos em corrupção, ou então o Exército teria que impor isso.”

Sim, ele é reincidente!

E se Mourão não reage à altura os generais que afetam indignação tão bem sincronizados:

“Os militares decidiram ir para o ataque em conjunto nas redes sociais contra o que chamam de “show” do presidente Jair Bolsnonaro. Sem nominá-lo, os generais Santos Cruz e Paulo Chagas classificam Bolsonaro de “arrogante e “fanfarrão”.” [Correio Braziliense]

Quando Bolsonaro não foi fanfarrão e arrogantes, ó arrependidos generais?!

““Cansado de Show”, diz Santos Cruz. Segundo ele, “o Brasil não é um país de maricas. É tolerante demais com a desigualdade social, a corrupção, os privilégios”. Para ele, a população “votou por equilíbrio e união. Precisa, portanto, “de seriedade e não de show, espetáculo, embuste, fanfarronice e desrespeito”.”

E ontem matéria dava conta que esses generais têm a autorização do Villas-Bôas para tal. Tanta porrada no Mouão não ia ficar impune. Bolsonaro pode fazer o diabo com os outros, mas com os generais parece hevar algum limite muito esquisito.

“Paulo Chagas, por sua vez, afirma que há muito deixou “de dar atenção a pronunciamentos de fanfarrões, às suas ameaças absurdas e à exposição do seu despreparo e falta de maturidade”. No entender do general, “cabe-nos convidá-los a deixar a retórica dos discursos sem lógica e vir para o octógono da realidade provar o escopo da sua arrogância”. As mensagens dos dois generais foram disparadas com diferença de pouco mais de meia hora cada uma. A ação orquestrada veio depois de um acerto entre militares descontentes com o presidente, que ameaçou demitir o autor da proposta de expropriar propriedades rurais e urbanas daqueles que tenham cometido crimes ambientais. A proposta está sendo discutida no âmbito do Conselho da Amazônia, que é comandado pelo vice-presidente, Hamilton Mourão. Bolsonaro disse a pessoa do governo que defende isso só não seria demitida se “fosse indemissível”. Mourão tem mandato. Nos últimos tempos, o descontentamento dos militares com os surtos de Bolsonaro tem aumentado muito. A fim de montarem uma estratégia para conter os arroubo presidenciais, os fardados têm se aconselhado com o general Villas Bôas.”

E não é só general da reserva não, tem o Pujol também, atual comandate do Exército:

“O Ministério da Defesa, as Forças Armadas, o nosso assunto é militar. As questões políticas, eventualmente o ministro [da Defesa] participa do lado político do governo, mas não nos metemos em áreas que não nos dizem respeito.” [UOL]

Que tral um general da ativa que não conhecia o SUS no ministério da Saúde em plena pandemia, assinando protocolo de cloroquina que dois médicos se recusaram a autografar, Pujol?!

“Eventualmente o ministro [Fernando Azevedo e Silva] é chamado para opinar no conselho de ministros, nas reuniões ministeriais. Ele deve dar as suas opiniões a respeito, particularmente naqueles assuntos que têm reflexo nas Forças Armadas ou na possibilidade de emprego das Forças Armadas, mas não queremos fazer parte da política governamental ou política do Congresso Nacional e muito menos queremos que a política entre no nosso quartel, dentro dos nossos quarteis.”

Então por que o comandante do Exército nada faz enquanto milhares de militares usam redes sociais com o cargo antecedendo o nome e com fotos fardadas, distribuindo opiniões políticas?!

“O fato de, eventualmente, militares serem chamados para assumir cargos no governo, [isso] é decisão exclusiva da administração, do Executivo. Eu recordo aí, no final do outro governo, o STF pediu e depois agora renovou, no final do ano passado, a presença de um general lá para trabalhar como assessor do STF.”

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E o general fala isso de forma tranquila, como se não simbolizasse nenhum absdurdo! E vai explicar pra um gringo que o autor dessa proeza é um ministro indicado pelo PT, que por anos foi advogado do PT.

“Não é porque vai tratar de assuntos militares. [É] porque ele acha que o perfil, a experiência, a formação, conhecimento do nosso país, que nós temos, de vários assuntos, a nossa formação acadêmica, que é muito diversificada, nos traz uma bagagem, que alguns setores da sociedade identificam como pessoas que podem ajudar no exercício de determinados cargos. O senhor nos conhece muito bem. Para dizer que, eventualmente, a assunção a um cargo público é como civil também, que tenha uma formação”.”

Eles se acham o supra-sumo da sabedoria, é deveras constrangedor.

Passo ao Reinaldo Azevedo:

“Sim, deveria ser óbvio, mas não tem sido. Não é sem certo desalento que me vejo obrigado a elogiar a fala do general. Os tempos, no entanto, andam estranhos. É bom lembrar que até o general Mark Milley, chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas dos EUA, o Número Um da maior potência militar do planeta, se viu na contingência de lembrar que, “no caso de uma disputa sobre algum aspecto das eleições, por lei, os tribunais e o Congresso são obrigados a resolver quaisquer disputas, não os militares dos EUA”. Vale dizer: tanto lá como aqui, a extrema direita se comporta como “vivandeiras alvoroçadas”, que vão “aos bivaques bulir com os granadeiros e provocar extravagâncias do poder militar”. A fala do general, que raramente se manifesta, tem um contexto. No auge de sua pregação golpista, entre abril e junho deste ano, o presidente Jair Bolsonaro sugeria nas entrelinhas que contava com apoio militar para, se necessário, dar um autogolpe. Depois que Fabrício Queiroz foi preso, ele interrompeu a escalada retórica e foi procurar abrigo no Centrão. O presidente parece viver um novo surto, preocupado com o cerco legal a Flávio Bolsonaro. Apoio o norte conceitual expresso pelo general, mas sou reverente aos fatos. Os militares atravessaram a rua para fazer política quando seu antecessor, Eduardo Villa Boas, ameaçou o Supremo com um golpe — e ele próprio deixou claro que assim era em entrevista posterior — no dia 3 de abril de 2018 caso se concedesse um habeas corpus a Lula, como, note-se, exigia a Constituição. Nove ministros de Bolsonaro têm origem nos quarteis. O titular da Saúde é um general da ativa, o que me parece inaceitável, e o mais político dos ministros — aquele que distribui cargos e verbas — é um general também. Luiz Eduardo Ramos saiu do Comando Militar do Sudeste para fazer a coordenação política do governo. O titular da Casa Civil é outro general, Braga Netto, oriundo do Estado-Maior do Exército. Ambos foram para a reserva, mas chegaram como homens da ativa.

Por tudo que sei, Pujol é um homem sério. Tanto é assim que Jair Bolsonaro se mobilizou para tentar tirá-lo do comando. A jogada acabou não dando certo. Pujol abraçou sem restrições, no que lhe coube fazer, o combate à Covid-19, por exemplo, e não participa das chicanas do presidente. Não obstante, lá está um militar da ativa à frente do Ministério da Saúde, no comando de uma política desastrosa de enfrentamento da doença. Sem dúvida nenhuma, o comandante do Exército diz a coisa certa ao marcar um distanciamento da política. Falta agora que os militares efetivamente se distanciem da… política, como ele próprio e Jungmann afirmam. Confesso que até hoje não alcancei o sentido de haver um general assessorando a Presidência do Supremo. É tão conveniente como termos um jurista na linha de frente de uma operação militar. Vejo como um exotismo e uma desnecessidade. Juízes certamente precisam, muitas vezes, de informações da área militar até para tomar uma boa decisão. Podem ter de arbitrar sobre temas que exigem essa expertise. Ora, receberiam os dados das Forças Armadas. Da mesma sorte, convém que os militares tenham — e têm — assessoria jurídica; afinal, os militares se subordinam às leis, mas os juízes não se subordinam aos militares, certo? Fernando Azevedo e Silva saiu da assessoria do Supremo para o Ministério da Defesa. Isso não impediu que sobrevoasse, no dia 24 de maio, a Esplanada dos Ministérios, em companhia do presidente, quando militantes bolsonaristas, em terra, defendiam o fechamento do tribunal e do Congresso. Cobrado a dar explicações, o ministro respondeu 24 horas depois que estava apenas “checando as condições de segurança do local”. Soou como provocação. A fala do general aponta, sim, para um bom lugar. É preciso, sim, retirar os militares da política para que a política não invada os quarteis.“

Voltemos ao Pujol:

“Pujol descartou existir alguma ameaça real ao Brasil e afirmou que tem atuado para impedir que política partidária entre nos quartéis. Ele defendeu a criação de uma Guarda Nacional, que assumiria funções, como o combate aos crimes ambientais na Amazônia, que hoje são repassadas ao Exército, chamado por ele de “posto Ipiranga”. 

Isso, compara o Exército ao Guedes mesmo, vai dar muito certo.

“As declarações foram feitas durante evento do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa do qual participaram os ex-ministros da Defesa Raul Jungmann e do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen. “O general Etchegoyen me perguntou se haveria algum país em nosso continente que seria uma ameaça ao Brasil. Eu digo. Hoje não, mas não sabemos daqui 3 ou 4 anos. Por isso fazemos nosso planejamento estratégico. Ao ser indagado por Jungmann sobre o envolvimento das Forças Armadas com a política, Pujol afirmou: “O que eu tenho a dizer é que nesses dois anos o Ministério da Defesa e as três Forças se preocuparam exclusivamente e exaustivamente com assuntos militares.” E aproveitou para fazer um diagnóstico. “Precisamos aumentar muito a nossa capacidade operacional.” Para ele, as Forças Armadas – e o Exército – são proporcionalmente as menores do mundo em relação ao tamanho de nosso território e da população e em relação à importância geoestratégica e econômica do Brasil. “Somos uma reserva de alimentos para as próximas décadas e de água e minerais estratégicos que serão necessários para a humanidade.” Ele comparou o total de caças como menor do que o de países pequenos da Europa. “Estamos muito aquém do que o Brasil precisa para que as Forças Armadas cumpram suas missões constitucionais”. Ele afirmou considerar que o País devia ter um Exército maior. “Mas a curto e médio prazo não temos como fugir do orçamento (teto).”  Pelos números de Pujol, o Ministério da Defesa viu seu orçamento encolher de 2012 de R$ 19 bilhões para cerca de R$ 10,1 bilhões em 2019. “No ano que vem o orçamento será de 11,7 bilhões, mesmo com problemas da pandemia. O comandante afirmou que a solução para o a falta de recursos passa pelo aumento do número de militares temporários, além do aumento do tempo de permanência de uma parte deles na Força, passando de oito anos para dez anos. “Só podemos aumentar com recursos extraorçamentários, uma EmgeDefesa (referencia à Emgepron, a empresa de projetos navais) , ou por meio da criação de um fundo para a Defesa, como a Argentina aprovou.”

E aqui me valho do Marcelo Pimentel Jorge de Souza, militar da reserva:

“1) se querem dinheiro pra investir em aumento da capacidade operacional da Força Terrestre, façam a indispensável e PROFUNDA reforma administrativa no Exército e nas Forças Armadas!Reconheçam que a força terrestre eh a menos importante e, por isso, a menos prioritária para a defesa nacional tanto em relação à força naval quanto à força aérea. Uma boa ideia talvez fosse extinguir dezenas de unidades militares dispensáveis ou simplesmente “hiberná-las”, como queria fazer um tal general em 2015 pra desgastar politicamente certa presidente diante da população brasileira e da família militar.

2) estamos vivendo a maior crise econômica (de natureza fiscal e orçamentária) de nossa história, em decorrência da combinação nefasta de uma tragédia humanitária pela covid-19 associada a um governo extremamente incompetente e incapaz de liderar o país para vencer desafios ..e vemos dois generais, que custam caro para o contribuinte, virem falar em aumentar orçamento de defesa? Isso em um desrespeito, um descaso, uma alienação e um verdadeiro abuso, sem.falar na demonstração de falta de Inteligência e cultura.” [Facebook]

Enquanto isso, nos EUA:

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November 14, 2020

O navio e o iceberg

 


POR RENÉ RUSCHEL

A 15 dias do primeiro turno

das eleições municipais, di-

rigentes e parte da militân-

cia do PT não se entendem

sobre o comportamento do

partido, especialmente em São Paulo. Nos

grupos de WhatsApp, o apoio aos candi-

datos deu lugar ao bate-boca e à guerra de

versões entre aqueles que defendem uma

adesão à campanha de Guilherme Boulos,

do PSOL, terceiro colocado nas pesquisas,

com 14%, e quem considera traição o aban-

dono precoce de Jilmar Tatto, represen-

tante da legenda na disputa na capital pau-

lista, 4% nas sondagens de intenções de

voto. Se as redes sociais refletirem a mé-

dia dos petistas, há profunda divisão in-

terna. “Lula perde a eleição, mas não per-

de o comando do PT”, dispara uma das

mensagens. “Tatto é mais um acerto da

cúpula. Ou muda o PT ou perdemos to-

dos”, alerta outro apoiador.

 

O acirramento dos ânimos aumentou

com a publicação de dois recados do teó-

logo Leonardo Boff ao ex-presidente Lu-

la, também pelas redes sociais. Em sua

página no Twitter, Boff escreveu: “Me

desculpe amigo Lula. Penso que em SP,

segundo as pesquisas, o PT tem pouca

chance. Seria um gesto político genero-

so e amigo dos pobres e sem-teto apoiar

a chapa Boulos/Erundina. Trata-se de

vencer o bolsonarismo e salvar a digni-

dade política do Brasil. Faça e milhões o

apoiarão”. No mesmo dia, o teólogo rei-

terou sua posição em nova postagem:

“Caso o PT e Lula, em SP, apoiarem Bou-

los/Erundina, ganharão respeitabilida-

de. Mostrariam de fato que amam mais

as causas do povo do que do próprio par-

tido. O partido é parte, o povo é o todo.

Deve-se buscar sempre o que é melhor

para o todo. Boulos/Erundina represen-

tam o melhor”.

 

As mensagens públicas de Boff são

emblemáticas. O teólogo preferiu mani-

festar-se pelas redes sociais quando po-

deria telefonar ao amigo e defender em

reservado o apoio à dupla psolista. “Não

falei com o Lula, nem telefonei, nem tive

contato nenhum com alguém do PT ou

da direção”, afirmou Boff a Carta­Capital.

 

A opção de se expor publicamente, jus-

tifica, baseia-se no seu convencimento

de que, pelas pesquisas, Tatto tem pou-

cas possibilidades de chegar ao segundo

turno e não se pode perder a oportuni-

dade de transformar São Paulo em cen-

tro de resistência simultâneo aos tucanos

Bruno Covas e João Doria e ao bolsona-

rismo. “Seria uma pena alguém do cam-

po progressista não avançar na disputa.

Boulos e Erundina têm essa possibilidade

aumentada em muito, caso o PT apoie a

chapa.” Lula não respondeu diretamente

a Boff, nem a outros amigos e companhei-

ros que defendem a mesma posição. Em

recente entrevista publicada no jornal

Diá rio do Grande ABC, o ex-presidente

foi, no entanto, taxativo: “Não é possível

alguém achar que Jilmar pode desistir. Se

Boulos for para o segundo e o Jilmar não

for, acho que o PT não tem nenhuma dú-

vida de apoiar o Boulos”.

 


Por outro lado, Valter Pomar, dirigen-

te petista, inflamou a militância ao pu-

blicar um texto em resposta ao teólogo

intitulado “Leonardo Boff, o ‘TODO’ e o

Tatto”. Nele, Pomar justifica sua réplica

pelo fato de o ex-padre ter se manifesta-

do sobre uma questão interna do PT sem

ser filiado ao partido. “Se tivesse se limi-

tado a dizer que vota em Boulos/Erundi-

na, eu ficaria na minha”, afirmou. Pomar

criticou ainda o pedido de desculpas di-

rigido apenas a Lula, uma vez que a deci-

são da candidatura teria sido tomada pela

maioria dos delegados da legenda em São

Paulo e confirmada pelo Diretório Nacio-

nal. “Portanto, são a estas pessoas e ins-

tâncias que deveria se pedir algo, mesmo

que fossem desculpas.” Quanto ao pedi-

do “por um gesto político generoso e ami-

go dos pobres e sem-teto”, afirmou que

“de boas intenções, o inferno está cheio”.

Boff, no dia seguinte, em outra publi-

cação no Twitter, escreveu que suas su-

gestões de apoio do PT a Boulos e Erun-

dina “provocaram uma bela discussão de-

mocrática”. Mas voltou a tratar do assun-

to quando levantou a questão: “Quem das

esquerdas tem real chance de ir para o 2º

turno e derrotar o status quo do bolsona-

rismo? Temos de superar o partidarismo”.

 

Quanto ao texto de Pomar, Boff classificou

como um “arrazoado bem partidista” no

qual, em nenhum momento, aparece a pa-

lavra povo. “Falar em PT e não falar de po-

vo é não falar do PT”, rebateu.

Por trás desse embate existem diver-

gências que não serão superadas por con-

senso ou acordos político-partidários. O

PSOL surgiu em 2004 de uma costela do

PT, o qual acusava de traição ideológica.

 

Desde então, as duas legendas se engalfi-

nham em uma luta renhida por espaços

políticos. Vencer as eleições em São Pau-

lo, a cidade mais importante da Améri-

ca Latina, e derrotar o “criador” seria um

feito importante para os psolistas, em-

bora Boulos, desde a sua filiação, tenha

atuado para reaproximar as legendas.

No fundo, o PSOL reproduz os mesmos

cacoetes do PT, para o bem e para o mal.

 

Quais? Um deles é a dificuldade de

abrir mão do protagonismo em eventuais

alianças. No Rio de Janeiro, o deputado

Marcelo Freixo desistiu de disputar a

eleição por não conseguir montar uma

frente ampla. Alguns dos partidos que se

recusaram a participar do arranjo recla-

mam que Freixo e o PSOL jamais aven-

taram a possibilidade de não ocupar a

cabeça de chapa. A insistência, imposi-

ção, segundo os críticos, teria minado as

chances de acordo. Resultado: neste mo-

mento, Benedita da Silva, do PT, e Martha

Rocha, do PDT, disputam com o prefei-

to Marcelo Crivella uma vaga no segun-

do turno contra Eduardo Paes, do DEM.

 

A canibalização das candidaturas pro-

gressistas, como em São Paulo, pode, no

entanto, levar a um fim melancólico: um

abraço de afogados em 15 de novembro,

data do primeiro turno. Nem Martha,

nem Benedita. Renata Souza, que assu-

miu a candidatura do PSOL no Rio após

a desistência de Freixo, aparece com 5%.

O PT, por sua vez, segue a orientação

de Lula e não pretende desistir de Tatto­,

ao menos oficialmente. Gleisi Hoffmann,

presidente nacional do partido, lembrou

aos dissidentes das possibilidades de

punição em caso de traição. “A filiação

petista carrega consigo algumas respon-

sabilidades, entre elas a de lealdade aos

seus candidatos. O estatuto prevê medi-

das caso isso não aconteça.” Cabem cen-

sura, suspensão ou até expulsão.

 


O que explicaria a estratégia do PT?

Segundo o sociólogo Rudá Ricci, pro-

fessor na Pontifícia Universidade Cató-

lica de Minas Gerais, há vários fatores. O

primeiro, o medo de perder a hegemonia

do campo progressista, em especial no

Sudeste, o que confinaria a legenda ao

Nordeste. O segundo, a dificuldade dos

atuais­ dirigentes de esboçar um proje-

to estratégico para o futuro. “São dire-

ções defensivas, reativas, que não apre-

sentaram uma pauta que domine o cená-

rio nacional.” O terceiro, a falta de com-

preensão a respeito da nova configura-

ção social. “A realidade dos nossos dias

é muito diferente daquela que embalou

a criação da legenda.” Finalmente, diz

Ricci, o PT deu uma guinada muito forte

ao centro e abandonou seus vínculos or-

gânicos com os movimentos sociais e as

lutas por direitos mais amplos. Tornou-

-se uma espécie de “Partido da Ordem”,

com enormes dificuldades para pensar

além do padrão político institucional.

 

 “Chamo essa situação de ‘parlamenta-

rização’, ou seja, o estilo acostumado a

arroubos na tribuna e depois acordos e

‘republicanismos’ nos bastidores.”

Sérgio Braga, professor de Ciência Po-

lítica na Universidade Federal do Paraná,

acredita que uma derrota em São Paulo,

ainda mais se, no fim das contas, “Tatto

for ‘cristianizado’”, pode comprometer o

projeto petista de encabeçar uma chapa

presidencial em 2022. O partido, avalia,

burocratizou-se excessivamente ao che-

gar ao poder, adotou uma postura ufanis-

ta e agora paga um alto preço.]




Em tempo: uma reunião no Instituto

Lula selou a reaproximação entre o ex-

-presidente e Ciro Gomes. O acordo de

paz não deve produzir efeitos nas elei-

ções municipais, mas retira de cena um

dos maiores obstáculos a uma ampla

aliança para enfrentar o bolsonarismo

daqui para a frente. A ver. •

Posted by Ricky at 5:47 PM No comments:
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