A independência do
Brasil foi conquistada,
de fato, em 2 de julho de
1823, quando os baianos
expulsaram o
s portugueses
de Salvador. Em 2 de
outubro, temos a chance
de repetir o feito no voto
Estamos nos aproximando de
mais uma celebração do 2 de Ju-
lho, a maior data da Bahia e o epi-
sódio da nossa história que marca a ver-
dadeira independência do Brasil. Após
dois anos sem celebrações, por conta da
pandemia, este ano finalmente voltare-
mos a realizar o tradicional cortejo, que
além de ser parte fundamental da nossa
cultura, nos permite revisitar a própria
história. Enfim, ocuparemos as ruas, ca-
minhando da Lapinha ao Campo Gran-
de, homenageando heróis e heroínas.
mais uma celebração do 2 de Ju-
lho, a maior data da Bahia e o epi-
sódio da nossa história que marca a ver-
dadeira independência do Brasil. Após
dois anos sem celebrações, por conta da
pandemia, este ano finalmente voltare-
mos a realizar o tradicional cortejo, que
além de ser parte fundamental da nossa
cultura, nos permite revisitar a própria
história. Enfim, ocuparemos as ruas, ca-
minhando da Lapinha ao Campo Gran-
de, homenageando heróis e heroínas.
Nada mais oportuno, portanto, do que
contarmos, neste dia tão importante, com
a presença daquele que melhor simboliza a
volta da prosperidade e da esperança. Nes-
te 2 de julho estaremos com Lula na Bahia,
não só comemorando conquistas do pas-
sado, mas também para olhar para o futu-
ro e fortalecer a luta para reconstruir um
País que volte a garantir dignidade à nossa
gente, sobretudo aos que mais precisam.
O 2 de Julho é um episódio que se ca-
racteriza pelo sentimento emancipador
do povo baiano e é também o momen-
to onde consagramos definitivamente
o Brasil como protagonista de seu pró-
prio destino. Se mesmo após dez meses
daquele tão aclamado grito de Dom Pe-
dro às margens do Ipiranga, no 7 de se-
tembro, um pedaço do País ainda lutava
para superar sua condição de colônia, en-
tão, é fato notório que o Brasil ainda não
estava totalmente independente.
racteriza pelo sentimento emancipador
do povo baiano e é também o momen-
to onde consagramos definitivamente
o Brasil como protagonista de seu pró-
prio destino. Se mesmo após dez meses
daquele tão aclamado grito de Dom Pe-
dro às margens do Ipiranga, no 7 de se-
tembro, um pedaço do País ainda lutava
para superar sua condição de colônia, en-
tão, é fato notório que o Brasil ainda não
estava totalmente independente.
É preciso reconhecer que a real
independência da Bahia e do Brasil só foi
assegurada a partir de Cachoeira, em 25
de junho de 1822. Há exatos 200 anos,
enquanto Salvador estava sitiada por
tropas portuguesas e submetida à ditadura
do general Madeira de Melo, o povo e
a Câmara de Cachoeira se insurgiram
contra Portugal, conclamando as vilas
do Recôncavo e, depois, as vilas do Sertão
para formarem o Conselho Interino de
Governo da Província da Bahia.
É fundamental reconhecermos que
sem o 25 de junho não existiria o 2 de
julho. Sem brasileiros dispostos à luta
no Recôncavo Baiano não teríamos um
Brasil unificado hoje. Por esse motivo
que, a partir de 2007, no meu primeiro
ano como governador da Bahia, instituí-
mos uma lei transferindo oficialmente a
sede do governo estadual para Cachoei-
ra todo dia 25 de junho. Um ato simbóli-
co, que passamos a repetir anualmente,
em justo reconhecimento a esta que fi-
cou conhecida como a “Cidade Heroica”.
Nesse mesmo sentido, tenho orgulho
de ter sido o governador que sancionou,
em 2010, a lei que instituiu o Hino ao 2 de
Julho como o oficial da Bahia. Composi-
ção que em sua letra faz alusão às bata-
lhas de Cabrito e de Pirajá as quais, com
o sangue baiano, foram fundamentais pa-
ra que conseguíssemos avançar na con-
solidação da verdadeira independência.
Além disso, temos aqui no nosso es-
tado outro hino igualmente importante
para a população, que é o Hino ao Senhor
do Bonfim. Para além de sua dimensão
religiosa, é curioso o fato de que ele foi
composto justamente para celebrar o
centenário do 2 de Julho, em 1923. Tan-
to é que, numa das suas passagens, a le-
tra diz: “nossos pais conduziste à vitória
pelos mares e campos baianos”.
Tudo isso integra nosso desafio de tor-
nar esta data reconhecida nacionalmen-
te. A história prova e ensina que foi na
Bahia, com a vitória do nosso Exército
e nossa Marinha, que consolidamos em
definitivo a separação política do Brasil
de Portugal. Ainda assim, a verdade é
que, fora da Bahia, a data e os eventos a
ela relacionados, bem como a própria co-
nexão entre o movimento baiano e a li-
bertação definitiva do Brasil, não pos-
suem merecido reconhecimento.
Por isso, quero aqui relembrar e home-
nagear os milhares de cidadãos baianos
e brasileiros, homens e mulheres de to-
das as classes sociais da Bahia, negros,
indígenas e mestiços que fizeram histó-
ria ao lado das Forças Armadas e de he-
róis como João das Botas, Maria Quité-
ria, Joana Angélica e Maria Felipa. Eter-
na gratidão aos irmãos e irmãs que com-
bateram bravamente e nos deixaram co-
mo legado a firme busca por soberania.
Num cenário hoje marcado por um go-
verno que flerta diariamente com o au-
toritarismo, que persegue seus adversá-
rios, que liquida nosso patrimônio para
destruir a soberania nacional e que ataca
sistematicamente a democracia, é funda-
mental resgatarmos a inspiração neces-
sária para seguirmos lutando e resistin-
do. Não há, portanto, exemplo melhor pa-
ra isso do que o próprio Hino ao 2 de Julho,
que num dos seus versos nos diz que “nun-
ca mais o despotismo regerá nossas ações”.
É com este sentimento e com essa
certeza que chegaremos ao dia 2, não o
de julho, mas o de outubro. Dia em que,
com o nosso voto, faremos ecoar um novo
grito de independência. •
No comments:
Post a Comment