Agora, ao ver o grupo reduzir suas metas e inflar seu progresso, 
alguns de seus aliados ficaram com dúvidas sobre ambas. "Eles estão 
apenas rodando sem sair do lugar, citando em muitos casos economia 
exagerada ou falsa", diz Romina Boccia, diretora de política 
orçamentária e de direitos no libertário Instituto Cato. "O mais 
frustrante é que concordamos com seus objetivos. Mas estamos assistindo 
eles falharem em alcançá-los."
O grupo de Musk não respondeu a perguntas sobre suas afirmações 
enviadas via X, sua plataforma de mídia social. O bilionário reconheceu 
anteriormente que o grupo poderia cometer erros, mas disse que eles 
seriam corrigidos.
O escritório de imprensa da Casa Branca defendeu a equipe, dizendo 
que havia compilado "realizações massivas", mas se recusou a abordar 
casos específicos em que o grupo parecia ter inflado seu trabalho.
Musk realmente prometeu uma redução ainda maior no ano passado. Quando ele era o apoiador mais proeminente de Donald Trump
 na campanha, ele disse que poderia cortar US$ 2 trilhões de um 
orçamento federal de cerca de US$ 7 trilhões. Depois que Trump foi 
eleito e o grupo de Musk começou seu trabalho, a meta foi reduzida para 
US$ 1 trilhão.
Mesmo após os comentários do bilionário na reunião de gabinete de 
quinta-feira, um funcionário da Casa Branca indicou que essa meta não 
havia mudado. Analistas de orçamento estavam profundamente céticos em 
relação a essas afirmações, dizendo que seria difícil cortar tanto sem 
interromper ainda mais os serviços governamentais ou alterar 
drasticamente programas de benefícios populares como Medicare e 
Segurança Social.
O grupo de Musk forneceu um livro-razão online de seus cortes 
orçamentários, que chama de "Mural de Recibos". O site foi atualizado 
pela última vez na terça-feira (8), para mostrar uma "economia estimada"
 de US$ 150 bilhões. O livro-razão está repleto de omissões e falhas.
Enquanto Musk disse na quinta-feira que seu grupo economizaria US$ 
150 bilhões apenas no ano fiscal de 2026, o site não diz explicitamente 
quando suas economias seriam realizadas. O site também não fornece 
detalhes identificáveis sobre US$ 92 bilhões de supostas economias, o 
que representa mais de 60% do total.
O restante dos gastos economizados é detalhado e atribuído a 
cancelamentos de subsídios federais específicos, contratos ou aluguéis 
de escritórios. Mas essas listagens detalhadas foram atormentadas por 
erros de dados, que inflaram as informações em bilhões de dólares.
O grupo de Musk excluiu alguns de seus erros originais, como entradas
 que contavam três vezes os mesmos valores economizados, outra que 
confundia bilhão com milhão, e itens que reivindicavam crédito por 
cancelar contratos que terminaram quando George W. Bush era presidente.
Ainda assim, alguns erros caros permanecem. A segunda maior economia 
que o grupo lista em seu site vem de um contrato cancelado do IRS 
(equivalente à Receita Federal) que o Doge diz representar uma economia 
de US$ 1,9 bilhão. Mas o contrato citado foi cancelado quando Joe Biden 
era presidente.
A terceira maior economia que o grupo diz ter feito vem de uma 
concessão cancelada para uma organização sem fins lucrativos de vacinas.
 O grupo de Musk diz que isso economizou US$ 1,75 bilhão. Mas a 
organização sem fins lucrativos disse que na verdade ela foi paga 
integralmente, ou seja, não houve economia.
 O Doge também reivindicou crédito por cancelar um contrato que não 
era um contrato. Envolvia um pedido de proposta que o Escritório de 
Gestão de Pessoal havia publicado, buscando ofertas para ajuda com 
trabalho de recursos humanos.
sk calculou as economias envolvidas nesse cancelamento até o nível do
 centavo. (Posteriormente, arredondou a estimativa para um valor exato: 
US$ 318.310.328)
"Lixo", disse Steven Schooner, professor que estuda contratos 
federais na Universidade George Washington. Ele disse que era muito cedo
 para saber com certeza o que o governo iria gastar —especialmente no 
ano que Musk havia mirado para economizar. E se os licitantes 
competissem para reduzir o preço? E se um licitante perdedor 
protestasse, e então tudo fosse cancelado? "Você não sabe o que vai 
acontecer", disse Schooner. "É besta."
FOLHA / NEW YORK TIMES 
 
 
 
 
 
 
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