O anúncio da morte do desenhista Albert Uderzo, criador de Asterix e Obelix ao lado de René Goscinny, nesta terça-feira, deixou várias gerações de quadrinistas desamparadas no mundo todo. O personagem fez parte da infância da cartunista Laerte.
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— Sempre achei as histórias fascinantes. Gosto muito do roteiro do Goscinny, mas o desenho do Uderzo também é competente e firme, dentro de uma tradição francesa e belga — diz Laerte. — O personagem é muito feliz na identificação do orgulho nacional francês e seu enfrentamento com o imperialismo americano.
Autor da charge "'Malvados", André Dahmer é outro foi marcado pela saga, especialmente pela combinação entre desenho e roteiro.
— Muito raro que dois gênios se encontrem e trabalhem juntos com tamanha sintonia — diz Dahmer. — O resultado não poderia ser outro: roteiros e desenhos primorosos para uma fábula sobre resistência contra a opressão e a hegemonia.
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Autor de livros e biografias sobre quadrinhos, o jornalista e quadrinista Gonçalo Júnior considera Asterix a "maior criação dos quadrinhos europeus no século XX", capaz de rivalizar em popularidade com o universo dos super-heróis americanos.
— Com uma diferença: ao contrário daqueles, o alcance de Asterix sempre foi maior de público e de faixa etária e virou quase um ritual religioso acompanhar nesses mais de 50 anos a produção e o lançamento de cada álbum, mesmo depois da morte de Goscinny — diz Júnior. — A partir daí, Uderzo se mostrou talentoso o suficiente para alimentar o mito que os dois criaram. Asterix viveu nos primórdios da era cristã e continuará a existir daqui a cinco mil anos com a condição de ter elevado os quadrinhos a um outro patamar, o de arte. Por tudo isso, Uderzo merece toda reverência possível.
Para Sidney Gusman, editor do desenhista Mauricio de Sousa, Albert Uderzo foi um "gigante dos quadrinhos".
— Seu traço leve e cheio de movimento e humor encantou gerações de leitores e balizou o estilo de muitos profissionais que vieram depois dele — diz. — Hoje, aqueles irredutíveis gauleses, que tanto divertiram milhões de pessoas mundo afora, estão tristes. Assim como nós, fãs.
Em seu Twitter, o quadrinista Carlos Ruas homenageou Uderzo com o desenho de uma lápide em forma de Menir, em referência aos túmulos gauleses
O Menir tambem apareceu na homenagem do quadrinista francês Riad Sattouf, autor de "O arabe do futuro".
Após o atentado terrorista que matou diversos cartinistas da revista satírica Charlie Hebdo, Uderzo interrompeu a aposentadoria e fez um desenho em homenagem aos colegas. Agora, a publicação parisiense devolveu o gesto, fazendo várias homenagens ao pai de Asterix. Numa delas, eles brincam: "Uderzo se foi sem nos deixar a receita da poção mágica".
A prefeita de Paris também se manifestou pelo Twitter. "Uderzo está em todas as nossas casas", escreveu.
Após o atentado terrorista que matou diversos cartinistas da revista satírica Charlie Hebdo, Uderzo interrompeu a aposentadoria e fez um desenho em homenagem aos colegas. Agora, a publicação parisiense devolveu o gesto, fazendo várias homenagens ao pai de Asterix. Numa delas, eles brincam: "Uderzo se foi sem nos deixar a receita da poção mágica".
A prefeita de Paris também se manifestou pelo Twitter. "Uderzo está em todas as nossas casas", escreveu.
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