Fundador do Grupo Internacional para a Recuperação de Aeronaves Históricas busca vestígios da lendária Amelia Earhart e de seu avião
por Renzo Giner Vásquez, do El Comercio/GDA*
O historiador Ric Gillespie dedicou os últimos 29 anos a esta
pesquisa. Para ele, a explicação mais lógica é que o avião ficou sem
combustível e, por isso, caiu no mar. No entanto, ao investigar a última
transmissão de Amelia Earhart, “pensamos que deveríamos olhar não só o
oceano, mas também as ilhas próximas... e encontramos uma grande
surpresa”.
Qual foi a surpresa?
Que esta teoria foi a primeira pensada pela Marinha americana, que enviou um navio de guerra que estava no Havaí, a duas mil milhas de distância, para percorrer o trajeto que Amelia Earhart havia anunciado. Enquanto procuravam, os operadores de rádio ao longo do Pacífico, inclusive uma pessoa no Peru, escutaram sinais de emergência do rádio do avião. Os sinais vieram das ilhas hoje conhecidas como Nikumaroro. Isso significa que a aeronave não estava no oceano, porque, se estivesse molhada, teria parado de funcionar. O avião teve que pousar com segurança para recarregar as baterias (do rádio). Após a sexta noite de busca, o sinal parou, o que significa que pode ter ficado submerso em um recife nas proximidades. Nada foi encontrado, então o relatório final indicou apenas que o avião caiu no mar. Mas três meses depois de seu desaparecimento, os britânicos enviaram uma expedição para a ilha.
E encontraram algo?
Tiraram fotos e, em uma delas, registraram na costa oeste da ilha algo que aparecia parcialmente no mar. Segundo a análise de um de nossos especialistas, este é um objeto feito pelo homem com as mesmas formas e dimensões que um trem de pouso do avião de Earhart. Peritos do governo concordaram com nossa conclusão, embora não tenhamos o objeto.
Gillespie: historiador conduz investigação há 29 anos
-
Ha muitas teorias conspiratórias sobre a desaparição de Amelia Earthart. O que o senhor acha disso?
Elas
parecem relacionadas a um filme feito em 1943 chamado “Flight for
Freedom” (“Vôo para a Liberdade”). É uma história fictícia sobre um
piloto, que desaparece para que a Marinha tenha um motivo para buscá-lo e
ocupar o território japonês. Era popular entre as tropas americanas que
estavam no Pacífico. Por isso, quando os soldados chegaram à ilha de
Saipan, em 1944, perguntaram aos moradores se viram um homem e uma
mulher sob custódia. E, de fato, havia um casal de missionários que
foram feitos reféns pelos japoneses. Desse episódio surgiram muitas
histórias. O problema é que as teorias se contradizem.
O senhor realizou 11 expedições às ilhas Nikumaroro. O que viu nestas viagens?
Fomos em Fiji e nas Ilhas Salomão em busca de pessoas que viveram em Nikumaroro, e também na Inglaterra, onde procuramos registros históricos. Foi como montar um quebra-cabeças. Hoje, após 11 expedições, podemos dizer que as peças se encaixam. Temos uma imagem muito boa do que aconteceu, mas ainda faltam pequenos pedaços, algo que acabe com todas as dúvidas, como um osso ou o DNA de Amelia Earhart. Este será o objetivo da 12ª expedição.
Em 1991, foi encontrado um pedaço de metal que teria pertencido ao avião de Amelia Earhart. Esta é a peça mais importante até agora?
Ela tem um potencial muito grande, estamos 99% seguros de que pertencia à aeronave, mas falta 1%. Outro dia recebi um e-mail de alguém que trabalha em um museu de Connecticut (EUA) e que disse que tinha um avião DC-3 onde seria possível encaixar este metal (Earhart voou em um avião diferente, o Lockheed Electra 10). Portanto, este mês verificarei o pedaço de metal. É preciso ter uma mente aberta, você deve conferir tudo. Prefiro tirar minhas dúvidas do que viver com elas.
O senhor já pensou quando este mistério será resolvido?
Claro! Pensamos em coisas incríveis. Temos um ditado aqui: “Você nunca deve procurar aventuras, estas só acontecem quando as coisas vão mal”. Quero dizer que é ótimo lembrar de uma aventura mas, quando você esta passando por ela, só pensa em como vai sobreviver. Sei que será difícil quando nós acabarmos. E haverá muita resistência a acreditarem em nós.
Por quê?
Até as provas mais convincentes só permitem imaginar o que aconteceu e muitas pessoas têm outras teorias. Pessoalmente, minha missão é escrever um segundo livro, que tenha um capítulo completo sobre a vida de Amelia Earhart, com coisas que ainda não foram ditas.
Que tipo de coisas?
A verdade é que Amelia foi muito negligente ao planejar e executar seu voo. Cometeu muitos erros, foi descuidada e isso resultou em sua morte. Mas sua história tornou-se tão famosa que é quase mitológica. Quero indagar mais, descobrir por que tomou decisões tão ruins, por que não planejou melhor.
Qual foi a surpresa?
Que esta teoria foi a primeira pensada pela Marinha americana, que enviou um navio de guerra que estava no Havaí, a duas mil milhas de distância, para percorrer o trajeto que Amelia Earhart havia anunciado. Enquanto procuravam, os operadores de rádio ao longo do Pacífico, inclusive uma pessoa no Peru, escutaram sinais de emergência do rádio do avião. Os sinais vieram das ilhas hoje conhecidas como Nikumaroro. Isso significa que a aeronave não estava no oceano, porque, se estivesse molhada, teria parado de funcionar. O avião teve que pousar com segurança para recarregar as baterias (do rádio). Após a sexta noite de busca, o sinal parou, o que significa que pode ter ficado submerso em um recife nas proximidades. Nada foi encontrado, então o relatório final indicou apenas que o avião caiu no mar. Mas três meses depois de seu desaparecimento, os britânicos enviaram uma expedição para a ilha.
E encontraram algo?
Tiraram fotos e, em uma delas, registraram na costa oeste da ilha algo que aparecia parcialmente no mar. Segundo a análise de um de nossos especialistas, este é um objeto feito pelo homem com as mesmas formas e dimensões que um trem de pouso do avião de Earhart. Peritos do governo concordaram com nossa conclusão, embora não tenhamos o objeto.
O senhor realizou 11 expedições às ilhas Nikumaroro. O que viu nestas viagens?
Fomos em Fiji e nas Ilhas Salomão em busca de pessoas que viveram em Nikumaroro, e também na Inglaterra, onde procuramos registros históricos. Foi como montar um quebra-cabeças. Hoje, após 11 expedições, podemos dizer que as peças se encaixam. Temos uma imagem muito boa do que aconteceu, mas ainda faltam pequenos pedaços, algo que acabe com todas as dúvidas, como um osso ou o DNA de Amelia Earhart. Este será o objetivo da 12ª expedição.
Em 1991, foi encontrado um pedaço de metal que teria pertencido ao avião de Amelia Earhart. Esta é a peça mais importante até agora?
Ela tem um potencial muito grande, estamos 99% seguros de que pertencia à aeronave, mas falta 1%. Outro dia recebi um e-mail de alguém que trabalha em um museu de Connecticut (EUA) e que disse que tinha um avião DC-3 onde seria possível encaixar este metal (Earhart voou em um avião diferente, o Lockheed Electra 10). Portanto, este mês verificarei o pedaço de metal. É preciso ter uma mente aberta, você deve conferir tudo. Prefiro tirar minhas dúvidas do que viver com elas.
O senhor já pensou quando este mistério será resolvido?
Claro! Pensamos em coisas incríveis. Temos um ditado aqui: “Você nunca deve procurar aventuras, estas só acontecem quando as coisas vão mal”. Quero dizer que é ótimo lembrar de uma aventura mas, quando você esta passando por ela, só pensa em como vai sobreviver. Sei que será difícil quando nós acabarmos. E haverá muita resistência a acreditarem em nós.
Por quê?
Até as provas mais convincentes só permitem imaginar o que aconteceu e muitas pessoas têm outras teorias. Pessoalmente, minha missão é escrever um segundo livro, que tenha um capítulo completo sobre a vida de Amelia Earhart, com coisas que ainda não foram ditas.
Que tipo de coisas?
A verdade é que Amelia foi muito negligente ao planejar e executar seu voo. Cometeu muitos erros, foi descuidada e isso resultou em sua morte. Mas sua história tornou-se tão famosa que é quase mitológica. Quero indagar mais, descobrir por que tomou decisões tão ruins, por que não planejou melhor.
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