October 7, 2019

Ódio acima de tudo, Deus acima de todos




DO MEDO E DELÍRIO EM BRASILIA: 
 
Belo texto do Estadão:
“O Palácio do Planalto abriga um núcleo de assessores que tem forte influência sobre o presidente Jair Bolsonaro e é conhecido como “gabinete do ódio”. Defensores da pauta de costumes, eles produzem relatórios diários, com suas interpretações, sobre fatos do Brasil e do mundo e são responsáveis pelas redes sociais da Presidência da República. Essa ala ideológica faz a cabeça de Bolsonaro e o incentiva a adotar um estilo beligerante no governo.
Com a senha das redes do pai, o vereador licenciado Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), o “zero dois” do presidente, dá ordens para os assessores Tércio Arnaud Tomaz, José Matheus Sales Gomes e Mateus Matos Diniz. Os três são da confiança do vereador e também do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) – o filho “zero três”, que Bolsonaro quer emplacar na Embaixada dos Estados Unidos. O senador Flávio Bolsonaro (PSL- RJ), primogênito, tem horror ao trio.
Filipe Martins, o assessor para Assuntos Internacionais de Bolsonaro, também faz parte desse grupo. Tércio, José Matheus, Diniz e Filipe despacham no terceiro andar do Planalto, ao lado do presidente. Outro integrante do núcleo é Célio Faria Júnior, que Bolsonaro trouxe da Marinha e hoje é chefe da Assessoria Especial da Presidência.
Com carta branca para entrar no Planalto, o assessor parlamentar Leonardo Rodrigues de Jesus, o Leo Índio, primo dos filhos de Bolsonaro, virou uma espécie de “espião voluntário” do governo. Léo Índio já produziu dossiês informais de “infiltrados e comunistas” nas estruturas federais, como revelou o Estado. O então ministro da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, comprou briga com Carlos e com ele. Foi demitido.” [Estadão]
Pra quem não sabe, não é de bom tom convidar Tonho da Lua e Flavinho Desmaio para a mesma mesa, e parece que é o Flávio quem tenta controlar os dementes – e não vai aí nenhuma novidade, perto dos irmão a lucidez dele é espantosa:
“Quando Flávio saiu de férias e viajou para a Bahia, em meados de julho, auxiliares de Bolsonaro no Planalto ficaram preocupados. A portas fechadas, no segundo andar daquele prédio erguido com colunas “leves como penas pousando no chão”, como gostava de comparar o arquiteto Oscar Niemeyer, um assessor chegou a dizer que, sem Flávio em Brasília, o “gabinete do ódio” ficaria incontrolável. O comentário reflete a tensão que tomou conta do Planalto.
Nos bastidores, essa “repartição” é vista como responsável pelo afastamento cada vez maior entre Flávio e Carlos, também apelidado de “Carluxo”. Considerado o “pit bull” da família, Carlos cria estratégias para as mídias digitais do pai e sempre defendeu a tática do confronto para administrar, em oposição a Flávio, dono de estilo conciliador. Na prática, mesmo quando não está em Brasília, o vereador comanda o núcleo ideológico, emite opiniões polêmicas, chama a imprensa de “lixo” e lança provocações contra aliados do pai, como o vice-presidente Hamilton Mourão, tido por essa ala como “traidor”.
Flávio, vira e mexe, pede para o pai baixar o tom. Às vezes é ouvido, fato que provoca a ira do “zero dois”. Mesmo investigado no caso de Fabrício Queiroz – o ex-assessor suspeito de comandar um esquema de “rachadinha” para pagar salários de servidores, na Assembleia do Rio –, o senador tem atuado como articulador político do Planalto, ao lado do general Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo.”

Foram esses dementes que convenceram Bolsonaro a desmarcar reunião com um importante ministro do Macron para cortar a porra do cabelo:
“A equipe do “gabinete do ódio” não aceita interferências dos profissionais da Secretaria de Comunicação. Segue ordens de Carlos, que atua sob a inspiração do escritor Olavo de Carvalho, e várias vezes já convenceu Bolsonaro a adotar posição mais dura, como no fim de julho, quando ele desistiu de receber o chanceler da França, Jean-Yves Le Drian, em julho, e depois apareceu em uma “live” cortando o cabelo, em um estilo “gente como a gente”.”

Se alguém duvida do que vaia cima, eis a declaração de um insuspeito coronel do PSL:
“Esse núcleo ideológico atrapalha muito nossa vida aqui no Congresso. Desse jeito, o PSL vai acabar sofrendo uma derrota atrás da outra.”

O mais hilário é que Flavinho Desmaio morre de medo de bater de frente publicamente com Tonho da Lua:
“Nos últimos dias, um tuíte de Carlos azedou o clima na Câmara, no Senado e no Supremo Tribunal Federal (STF). O vereador escreveu que “por vias democráticas, a transformação que o Brasil quer não acontecerá no ritmo que almejamos”. Bolsonaro apoiou o filho. Flávio ficou em silêncio. O primogênito disse a um amigo que, se fizesse algum comentário, exporia uma crise.”

Ah, foi a Michelle quem convenceu o presidente a apagar a ofensa à primeira-dama francesa:
“Além do senador, a primeira-dama Michelle também consegue fazer o marido amenizar os tuítes, de vez em quando. Foi ela, por exemplo, quem pediu para o presidente apagar comentário feito por ele em um post de internauta dizendo que a mulher do presidente da França, Emmanuel Macron, era feia. Michelle considerou a mensagem machista e deselegante.”

Dia desses o Frota disse que Tonho da Lua costuma sugerir um suicídio para dobrar o pai, esse é o nível da doideira. Estranho seria se uma pessoa desequilibrada como Tonho da Lua não ficasse ameaçando suicídio.  Vale ver a entrevista completa, é sempre bom ver o relato de alguém que viveu junto com os malucos e pulou fora:
“Eles são adestrados, eles não pensam, eles são reativos…. são três patetas, acéfalos, mal sabem articular o próprio nome. Flávio é o come quieto, testa de ferro, o Dudu Surfistinha é o prata da casa, quer ser o novo estadista da família e Carlinhos é o histério, histriônico, que tem crises de depressão e quer cortar os pulsos, e manipula o pai nesse sentido, olha, se você  não fizer isso eu corto os pulsos.”

“Com digitais na queda de dois ministros de Jair Bolsonaro (PSL), o chamado “gabinete da raiva” do Palácio do Planalto tem perdido protagonismo em um processo de redistribuição de forças das alas que cercam o presidente. A estratégia de radicalização defendida pelo grupo, tutelado pelo vereador licenciado Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), vem sofrendo reveses desde que pesquisas começaram a apontar erosão da popularidade do presidente.
Para integrantes do núcleo moderado, entre eles a cúpula militar, parte do aumento da reprovação para 38%, apontada pelo Datafolha no início deste mês, deve-se à sucessão de declarações polêmicas de Bolsonaro em julho. A avaliação dessa ala palaciana é a de que o mandatário acabou sendo a principal vítima de seus ataques. Naquele mês, dizem, o presidente foi estimulado pelo gabinete a entrar numa escalada de radicalização, com o objetivo de acenar a seus apoiadores mais fiéis. A tese do grupo ideológico é a de que ele não pode abandonar o tom de confronto que dominou a tônica de sua campanha eleitoral.” [Folha]

Segundo a Folha os malucos são influenciados pelo irmão do Abraham, viado!
“Sob a influência de Arthur Weintraub, assessor especial da Presidência e irmão do ministro da Educação, Abraham Weintraub, o trio está na linha de frente do grupo que estimula Bolsonaro a ir para o confronto… Até o dia 29 de julho, no entanto, o setor moderado não valorizava a influência do “gabinete da raiva” sobre o presidente. Os assessores sempre foram tratados com certo menosprezo pelo núcleo duro. Com salários que variam de R$ 10 mil a R$ 13,6 mil, os três eram tidos como jovens e inexperientes demais para influenciar a cabeça de quem ocupou o cargo de deputado federal por sete mandatos.
Desde então, o tratamento dispensado pelo trio do “gabinete da raiva” a auxiliares de Bolsonaro é sempre em tom de ameaça. Funcionários do Planalto relatam que já receberam mensagens como “o Carlos não vai gostar disso”, em referência ao vereador, e “você se lembra o que aconteceu com Santos Cruz e Bebianno”. Desde o início deste mês, com a mudança de postura do presidente, as orientações do “gabinete da raiva” têm passado por uma espécie de filtro antes de atingir Bolsonaro em cheio. A ala moderada brinca que, a partir de agora, o grupo passou a tomar Lexotan, medicamento indicado para tratamento de ansiedade.
Além da queda de popularidade, a pressão de grupos econômicos diante das declarações intempestivas fizeram com que o presidente passasse a ouvir mais atentamente outro trio: os ministros Jorge Oliveira (Secretaria-Geral), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) —este último, dizem palacianos, tem sido o principal contraponto ao grupo. Segundo relatos feitos à Folha, desde a ascensão do novo triunvirato as redes sociais têm sido usadas para atacar Ramos e Oliveira, que se queixam em caráter reservado.  (...)
E Flavinho Desmaio é rancoroso igual o pai:
“A irritação de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) com Wilson Witzel (PSC) tem componente pessoal. A advogada Natália Nicolau, filha do juiz Flávio Nicolau, que quebrou o sigilo bancário e fiscal do senador, é assessora da Casa Civil do governador do Rio. Sua nomeação, no entanto, ocorreu dias antes de o magistrado se tornar responsável pelo caso via sorteio eletrônico. Antes de 15 de abril [data da nomeação da filha] eu ainda não era o juiz da causa”, diz Nicolau. No Palácio Guanabara, cogitou-se até a exoneração da advogada quando chegou a informação de que seu pai assumiria o caso. Mas a ideia foi descartada.” [Folha]

Ah, e o pai já tá arrumando as malas para deixar o PSL:
“Aliados de Jair Bolsonaro iniciaram conversas com o Patriota com o objetivo de reabrir portas caso ele decida deixar o PSL. O presidente quase entrou no partido antes da campanha de 2018.”

A carência do Bolsonaro é um troço constrangedor:
“O governador de São Paulo João Doria (PSDB) disse nesta sexta-feira (20) que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) deveria “trabalhar mais e tuitar menos”. O novo capítulo da escalada retórica entre os dois potenciais adversários nas eleições presidenciais de 2022 tem como pano de fundo o anúncio feito pela montadora Toyota nesta quinta-feira (19) de que vai investir R$ 1 bilhão em sua fábrica de Sorocaba gerando 300 empregos.
Doria viajou ao Japão nesta semana para participar da cerimônia de anúncio ao lado de executivos da Toyota. Na ocasião, Masahiro Inoue, presidente da montadora para as regiões de Caribe e América Latina, disse que estava agradecido ao governo Doria “pelo diálogo aberto” e por construir com a empresa “uma forma de viabilizar o investimento”.
Após a repercussão do anúncio, ainda na quinta-feira, em seus posts e transmissões de vídeo, Bolsonaro queixou-se do comunicado. “Para variar, a notícia não tem meu nome”, disse em vídeo. Bolsonaro também escreveu que o investimento está acontecendo “graças ao programa de valorização dos biocombustíveis do governo federal, o Renovabio”.” [Folha]

 

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