Estudante foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo por corrupção de menores e associação criminosa sob acusação de ter levado uma câmera fotográfica a uma manifestação realizada em 2016
Luiz Vassallo
26 Setembro 2017 | ESTADÃO
26 Setembro 2017 | ESTADÃO
No dia 4 de setembro de 2016, 18 adultos foram detidos e 3 adolescentes apreendidos em ato pelas ruas da cidade de São Paulo. Naquela noite, um deles não foi detido – o capitão infiltrado do Exército, William Pina Botelho, que trabalhava para o serviço de inteligência. Assim como outros jovens, ele não foi levado para o Deic, nem preso por uma noite. Na manhã seguinte, o juiz Paulo Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo mandou soltar todos os jovens afirmando que a prisão era ilegal. O caso foi divulgado inicialmente pelo jornal El País.
Botelho usava um perfil com nome falso – ‘Balta Nunes’ – nas redes sociais para se comunicar com os manifestantes. Dois inquéritos abertos pelo Ministério Público Federal de São Paulo para investigar se o flagrante dos jovens teria sido forjado junto à PM de São Paulo estão a caminho de serem arquivados. Outro, na Procuradoria Militar, já foi enterrado. Botelho foi promovido a major após os 18 jovens detidos junto com ele virarem réus por organização criminosa em um processo no qual não é denunciado e nem citado pela promotoria estadual de São Paulo. Ele foi arrolado como testemunha da defesa.
Os dezoito jovens respondem pela acusação de corrupção de menores e associação criminosa do promotor de Justiça Fernando Albuquerque Soares Sousa. Na denúncia, de cinco páginas, dez são acusados por dividir o porte de uma barra metálica e um disco de ferro. As únicas testemunhas de acusação são policiais militares.
No caso de Felipe Gonzales Zolezi, ele é mencionado na denúncia por ser a pessoa que se encarregou ‘de transportar câmera fotográfica e de filmagem para registro das ações criminosas e posterior divulgação em redes sociais e outros meios de veiculação de ideias’.
Felipe tinha gosto por filmagens e inclusive realizou trabalhos como freelancer na área. À época das manifestações, ele já havia feito imagens de outros atos em dias anteriores ao de sua prisão. Na data em que foi detido, ele trajava tênis vermelhos e uma camiseta com a estampa de David Bowie, sem aparência de um black bloc.
Ao abrir a ação penal contra os 18, a juíza Cecília Pinheiro da Fonseca considerou que ‘as imputações e os indícios trazidos na denúncia são suficientes para o exercício do direito de defesa, não havendo que se falar em inépcia, sendo desnecessário tecer maiores considerações a respeito do tema, como já realizado na apreciação da mesma tese apresentada pelas demais defesas’.
No caso de Felipe Gonzales Zolezi, ele é mencionado na denúncia por ser a pessoa que se encarregou ‘de transportar câmera fotográfica e de filmagem para registro das ações criminosas e posterior divulgação em redes sociais e outros meios de veiculação de ideias’.
Felipe tinha gosto por filmagens e inclusive realizou trabalhos como freelancer na área. À época das manifestações, ele já havia feito imagens de outros atos em dias anteriores ao de sua prisão. Na data em que foi detido, ele trajava tênis vermelhos e uma camiseta com a estampa de David Bowie, sem aparência de um black bloc.
Ao abrir a ação penal contra os 18, a juíza Cecília Pinheiro da Fonseca considerou que ‘as imputações e os indícios trazidos na denúncia são suficientes para o exercício do direito de defesa, não havendo que se falar em inépcia, sendo desnecessário tecer maiores considerações a respeito do tema, como já realizado na apreciação da mesma tese apresentada pelas demais defesas’.
No comments:
Post a Comment