November 16, 2020

Tá lá um presidente estendido no chão

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O tenebroso 2021 nem chegou e o presidente tarado por armas já tá psicologicamente em frangalhos, Daqui a pouco ele inventa de “entrar na história”. E o problema não é falta de reconhecimento, se tem uma verdade é que o trabalho do capitão e dos generais é reconhecido mundo afora, não à toa nos tornamos párias.

Publicamente, o presidente pregou que o Brasil tem “deixar de ser um país de maricas” e enfrentar a pandemia de “peito aberto”.

Entra em cena Dr. Pazuello, que pelo visto não tá enfrentando de “peito aberto“, recebeu duas altas e continuou no hospital!

Em sua primeira agenda pública após ser diagnosticado com o novo coronavírus o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que ainda não está “completamente recuperado”. Segundo ele, a Covid-19 “é uma doença complicada” e é “difícil de voltar ao normal”. Nesta quarta-feira, o ministro participou do lançamento da campanha Novembro Azul.” [O Globo]

“No dia 21 de outubro, logo após ser diagnosticado com a doença, Pazuello participou de uma live com o presidente Jair Bolsonaro. Na ocasião, o ministro afirmou que estava utilizando vários medicamentos, incluindo a cloroquina, e que havia acordado “zero bala”. Apesar da declaração, dias depois, em 30 de outubro, o ministro acabou sendo internado em um hospital particular em Brasília, onde permaneceu por dois dias, sendo transferido em seguida para o Hospital das Forças Armadas. Durante sua fala, nesta quarta-feira, o ministro voltou defender a liberdade de prescrição dos médicos, o que vem sendo reiterado pelo Ministério da Saúde como argumento para orientação do uso da cloroquina desde os níveis iniciais da Covid-19.”

E até agora não se sabe que diabos aconteceu com o ministro da Saúde corajoso o suficiente pra se gabar de ter tomado o “Coquetel Pazeullo“.

Do Tales Faria:

“As críticas generalizadas ao fato de o presidente Jair Bolsonaro ter politizado o combate e as vacinas contra o coronavírus; a derrota do seu ídolo, Donald Trump, nas eleições dos Estados Unidos; a preparação para a guerra pela eleição do novo presidente da Câmara contra o atual presidente, Rodrigo Maia; o mau desempenho de seus candidatos nas campanhas municipais deste ano; o cerco de seus ministros militares aos ministros da área ideológica; o risco que ele vê de a crise econômica se acirrar, e o Congresso e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, parados. Tudo isso tem literalmente tirado o sono do presidente da República. Seus auxiliares mais próximos contam que ele tem tido noites de insônia no Palácio do Alvorada.” [UOL]

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Às vezes, irritado, ansioso, deixa a proteção das portas de vidro do empíreo projetado pelo comunista Oscar Niemeyer e posta-se, desolado e isolado, em conjecturas no gramado.

Que seja assim até os últimos dias: uma vida miserável! Poderia ter continuado na mamata, tranquilo em sua insgnificância na câmara, esbravejando no Superpop com as reeleições da famiglia garantidas. Mas não, inventou de ser presidente, o capitão bunda-suja achou que ficaria bem no gabinete preisdencial. Pior, os generais tiveram a mesma impressão.

E cê tem noção da proeza que é Bolsonaro e sua menção à pólvora conseguirem se enfiar no briefing da Casa Branca e da equipe de transição no meio desse Medo e Delírio em Washington?

“A declaração de guerra não foi bem recebida nem pelo embaixador dos EUA no Brasil designado por Trump. Logo depois, Todd Chapman postou uma mensagem parabenizando o Corpo de Fuzileiros Navais norte-americano pelo aniversário de 245 anos. NUm recado sutil e diplomático, o embaixador acrescentou às publicação um vídeo que aponta o destacamento como o “maior do mundo” e está “sempre de prontidão para responder de forma rápida, seja por terra, ar ou mar”.”

“O novo velho Bolsonaro puxou a metralhadora na cerimônia e atirou até mesmo contra o seu país, chamando a todos de “maricas”: Tudo agora é pandemia, tem que acabar com esse negócio. Lamento os mortos, lamento. “Todos nós vamos morrer um dia, aqui todo mundo vai morrer. Não adianta fugir disso, fugir da realidade. Tem que deixar de ser um país de maricas. Olha que prato cheio para imprensa. Prato cheio para a urubuzada que está ali atrás. Temos que enfrentar (de) peito aberto, lutar”. Rodrigo Maia, entendeu os motivos da irritação do presidente e respondeu no Twitter que está disposto à guerra”

“No entanto, Bolsonaro costuma fazer movimenos erráticos, Em geral, quando avabça demais e sofre reações fortes, como essas, acaba recuando para depois atacar novamente. É possível que faça algum movimento de recuo nos próximos lances. Mas os bolsonaristas radicais estão felizes da vida com os últimos gestos do presidente.”

E o papo de pólvora caiu super bem no Exército:

“Interlocutores de militares da ativa disseram ao blog nesta quarta-feira (11) que eles não gostaram nem um pouco da fala do presidente Jair Bolsonaro. Para esses militares, Bolsonaro transformou o Brasil em motivo de piadas e chacotas, gerando mais um mal estar para as Forças Armadas, que, segundo eles, jamais topariam entrar numa aventura bélica.” [G1]

O que eu gosto dessa notícia não é nem a enésima humilhação que o capitão impõe aos generais, mas os militares achando que podem se dar ao luxo de topar ou não topar uma “aventura bélica” com os EUA. A única “aventura bélica” possível seria uma rendição, porra!

“Entre os militares da ativa, há um claro clima de desconforto com as posições do presidente da República.”

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Estamos no vigésimo terceiro mês de governo, dessa montanha russa de insanidades e desconstrução da imagem das Forças Armadas. Mas vai ver “há um certo clima de desconfiança”

Eles já questionaram o fato de Bolsonaro ter colocado no Ministério da Saúde um general da ativa, Eduardo Pazuello. O ministro foi escolhido para fazer na pasta exatamente o que o presidente defende, independente de decisões técnicas e científicas. Em relação às declarações desta terça, os militares se perguntavam se Bolsonaro não percebeu que fez uma alusão a um conflito militar com os Estados Unidos.

Daqui pra frente parece release de quartel:

“Segundo interlocutores dos militares da ativa, eles estão preocupados com os “rompantes” e “improvisos” do presidente que estão prejudicando a imagem das Forças Armadas. Eles lembram que o presidente sempre usa o argumento de que os militares estão do seu lado em caso de alguma crise grave, mas tem tomado decisões que prejudicam as Forças Armadas.”

Mas como Bolsonaro deu uma moral na previdência eles tão aí.

“Na avaliação destes militares, a continuar neste ritmo, Bolsonaro acabará forçando os colegas das Forças Armadas a repensarem se vale a pena seguir em seus cargos no governo.”

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Sim, alguém vai chegar com uma arma engatilhada na cabeça dos milicos e os obrigará a abandonar o capitão. Força, guerreiros!

Pois, se permanecerem, é como se os militares dessem aval às polêmicas e confusões criadas pelo presidente da República.”

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Nessa hora eu tireo o óculos, apoiei na mesa, esfreguei os olhos, li de novo e fiquei uns 10 minutos desconcertado.

E aqui me valho dum certo general vice-presidente da república:

Se o nosso governo falhar, errar demais – porque todo mundo erra –, não entregar o que está prometendo, essa conta irá para as Forças Armadas” [G1]

E por falar no vice, ele realmente colocou o rabinho entre as pernas como um obediente cão de estimação:

“Eu já falei que eu não comento coisas do presidente. Vocês têm que lembrar, mais uma vez eu digo: eu sou vice-presidente, ou seja, existe uma relação aqui ética e de lealdade que eu não passo, que eu não cruzo essa linha.” [G1]

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Passo ao Luiz Carlos Azedo:

“O presidente Jair Bolsonaro ainda não conseguiu processar a derrota de Donald Trump nas eleições para a Presidência dos Estados Unidos. Em parte, isso explica o fato de não ter manifestado, ainda, as congratulações devidas ao democrata Joe Biden, o novo presidente norte-americano, somando-se aos poucos chefes de Estado que ainda não o fizeram, entre os quais Vladimir Putin, da Rússia, e Xi Jinping, da China, que têm disputas estratégicas com os norte-americanos muito diferentes das nossas contradições com os EUA. No momento, a atitude de Bolsonaro situa o Brasil nesse quadrante político, mas isso não tem a menor aderência à realidade geopolítica da qual fazemos parte historicamente. Para usar uma velha expressão popular, Bolsonaro está sem pai nem mãe na política internacional. Seu comportamento parece emocional, porém, politicamente, é muito semelhante ao de Vladimir Putin em relação ao então presidente norte-americano Barack Obama, e à primeira-ministra alemã, Angela Merkel. Ambos o decepcionaram por tratarem a Rússia como uma nação decadente e a ele, pessoalmente, como um líder de segunda classe. Putin deu as costas ao Ocidente e recorreu ao nacionalismo russo para se manter no poder, até hoje, com apoio dos militares, controle do Judiciário e da imprensa, e uma estreita aliança com a Igreja Ortodoxa Russa, para uma contrarreforma nos costumes. Entretanto, na prática, uma conexão ideológica com Putin não faz o menor sentido em termos geopolíticos. As reações de Bolsonaro são típicas de quem está em dificuldades diante de uma grande perda, no caso, o colapso da sua aliança estratégica com Trump. É um processo que, psicologicamente, começa pela negação e evolui para a raiva. O presidente da República parece estar entre uma fase e outra. Num divã de psicanálise, suas declarações levariam a essa conclusão: “A minha vida aqui é uma desgraça, problema o tempo todo. Não tenho paz para absolutamente nada. Não posso mais tomar um caldo de cana na rua, comer um pastel. Quando eu saio, vem essa imprensa me perturbar. Pegar uma piada que eu faço com Guaraná Jesus para tentar me esculhambar”.” [Correio Braziliense]

E até para os padrões bolsonaristas comemorar a morte de uma pessoa é espantoso, a indiferença deu lugar à celebração:

“Mas o fato que assustou todo mundo, inclusive ministros do governo e os líderes governistas no Congresso, foi a declaração de Bolsonaro comemorando a morte de um dos voluntários que estão testando a vacina chinesa CoronaVac, em pesquisa do Instituto Butantan, que a Anvisa, indevidamente, suspendeu. Além da absurda falta de empatia, Bolsonaro mentiu, ao afirmar que a vacina foi a causa mortis, quando se trata de um caso de suicídio. Se o presidente da República continuar nessa rota, teremos um formidável caso de suicídio político.”

E a disfuncionalidade do governo verde-oliva é absolutamente desocncertante, a frase é do Carlos Minc.

“Sem falar com o Mourão, Bolsonaro fica sem saber nada da Amazônia e ainda cria um fosso na relação com militares” [Folha]

Marina foi pela mesma linha:

Se Bolsonaro não trata de nenhum assunto com Mourão e Mourão é responsável pelo Conselho da Amazônia, logo o presidente confirma a sua profunda alienação sobre mais de 60% do território nacional. Esse é o grau da incompetência política e administrativa do governo.” [Facebook]

Tem uma frase muito usada no Exército, “a tropa é o espelho do comandante“.

Em 2018 Villas-Bôas era o comandante do Exército quando tuítou uma nada sutil ameaça de golpe ao STF na véspera do julgamento do Lula. Bem, se a tropa era espelho do Villas-Bôas, hoje confortavelmente instalado em uma sala no Palácio do Planalto, tá explicado porque o Exército deu all-in no capitão.

Mas vamos subindo na hierarquia, o comandante-em-chefe, o comandante supremo das forças Armadas, tá lá na Constituição, é o presidente de turno. De 88 pra cá era só civil no gabinete presidencial, mas o atual comandante supremo das Forças Armadas é o capitão bunda-suja expulso (oficialmente não, digamos que ele foi gentilmente saído) do Exército por indisciplina. O vice é um general. O que mais tem no Palácio – aquele Palácio que testemunhou Bolsonaro disparar por 20 minutos, furiosas rajadas de absurdos, ofensas e mentiras – são fardados.

A tropa faria bem em quebrar o espelho o quanto antes, pelo bem das Forças Armadas.

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