Ranier Bragon
Brasília
O governo de Michel Temer não conseguiria votar a
reforma da Previdência nem na semana que vem nem em qualquer outra
semana deste ano, tivesse ou não uma intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro.
Há meses o Palácio do Planalto e seus articuladores políticos no
Congresso sabem que faltam dezenas de votos para que se chegue ao mínimo
necessário à aprovação de uma emenda à Constituição (308 de 513
deputados).
Esse cenário não mudou durante o recesso parlamentar, não mudou no Carnaval e não havia nenhum sinal objetivo de que mudaria nos próximos dias ou semanas. Líderes e deputados dos principais partidos governistas nem se preocuparam em antecipar a volta a Brasília. Apenas o ministro Carlos Marun, articulador político do governo, mantinha o quixotesco discurso de esperança, afinal de contas, cumpria o seu papel.
Logo, cada um dos atores políticos envolvidos já preparava nos bastidores um discurso que buscasse minimizar ao máximo os danos com o fracasso. A intervenção no Rio é um pretexto que ajuda a embalar o discurso, mas só isso.
A reforma da Previdência era a principal meta legislativa do governo federal e o seu fracasso é mais uma evidência do estado de decomposição da atual gestão.
Respinga em intensidade variada também nos principais políticos que disputam a candidatura de centro, governista, todos eles de uma forma ou de outra envolvidos no discurso público em defesa da reforma —Rodrigo Maia (DEM), Henrique Meirelles (PSD) e Geraldo Alckmin (PSDB).
Temer deve se concentrar na fala de que fez todos os esforços ao seu alcance para conseguir aprovar a medida. Se seu governo já patinava, sem essa meta principal tende a se resumir, nos 10 meses restantes, a ações esparsas e desconexas, como a agora anunciada.
Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia também não deve aceitar pacificamente o discurso de que a culpa é do Congresso. Já tem dito e deve reforçar o argumento de que se há um culpado é o governo, que não conseguiu reunir forças suficientes.
O principal afetado, porém, deve ser Meirelles, que conduz a economia do governo e vê sua já combalida pretensão de concorrer ao Planalto mais esvaziada ainda. A construção de uma candidatura à Presidência pressupõe força política. Abaixo de Temer, que tem chances quase nulas de conseguir se reeleger, Meirelles é o nome responsável pela reforma. Não conseguiu. O mundo político costuma cobrar caro esses fiascos.
Esse cenário não mudou durante o recesso parlamentar, não mudou no Carnaval e não havia nenhum sinal objetivo de que mudaria nos próximos dias ou semanas. Líderes e deputados dos principais partidos governistas nem se preocuparam em antecipar a volta a Brasília. Apenas o ministro Carlos Marun, articulador político do governo, mantinha o quixotesco discurso de esperança, afinal de contas, cumpria o seu papel.
Logo, cada um dos atores políticos envolvidos já preparava nos bastidores um discurso que buscasse minimizar ao máximo os danos com o fracasso. A intervenção no Rio é um pretexto que ajuda a embalar o discurso, mas só isso.
A reforma da Previdência era a principal meta legislativa do governo federal e o seu fracasso é mais uma evidência do estado de decomposição da atual gestão.
Respinga em intensidade variada também nos principais políticos que disputam a candidatura de centro, governista, todos eles de uma forma ou de outra envolvidos no discurso público em defesa da reforma —Rodrigo Maia (DEM), Henrique Meirelles (PSD) e Geraldo Alckmin (PSDB).
Temer deve se concentrar na fala de que fez todos os esforços ao seu alcance para conseguir aprovar a medida. Se seu governo já patinava, sem essa meta principal tende a se resumir, nos 10 meses restantes, a ações esparsas e desconexas, como a agora anunciada.
Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia também não deve aceitar pacificamente o discurso de que a culpa é do Congresso. Já tem dito e deve reforçar o argumento de que se há um culpado é o governo, que não conseguiu reunir forças suficientes.
O principal afetado, porém, deve ser Meirelles, que conduz a economia do governo e vê sua já combalida pretensão de concorrer ao Planalto mais esvaziada ainda. A construção de uma candidatura à Presidência pressupõe força política. Abaixo de Temer, que tem chances quase nulas de conseguir se reeleger, Meirelles é o nome responsável pela reforma. Não conseguiu. O mundo político costuma cobrar caro esses fiascos.
FOLHA DE SÃO PAULO
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