'Pasquim' poderá ser lido na internet a partir de agosto

Todas as 1.072 edições do jornal, lançado há 50 anos, foram digitalizadas pela Biblioteca Nacional 

Jan Niklas

 No dia 26 de junho de 1969, há exatos 50 anos, começava a circular o semanário que se tornaria símbolo do jornalismo irreverente e contestador ao regime militar. Agora, todas as 1.072 edições do "Pasquim" acabam de ser digitalizadas pela Biblioteca Nacional (BN). O material estará disponível para o público na página da Hemeroteca da BN a partir de agosto. 

O processo de digitalização gerou um total 35 mil páginas do jornal, que encerrou as atividades em 1991. A BN já tinha em seu acervo 602 edições do "Pasquim" — o restante foi cedido ao instituto pelo cartunista Ziraldo e pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI).

— É um prestígio para a Biblioteca poder reunir, em sua plataforma digital, todos as edições de uma publicação que tão relevante na História do Brasil, além dos grandes colaboradores que passaram por lá e de seu testemunho da vida recente do país — afirma a presidente da BN, Helena Severo.

A exposição terá a curadoria de Zélio Alves Pinto (irmão de Ziraldo e um dos fundadores do "Pasquim") e de Fernando Coelho dos Santos. Daniela Thomas fará a montagem da mostra em São Paulo. A página online completa terá ainda a história do "Pasquim" escrita por Sérgio Augusto e Ricky Goodwin, além de depoimentos e memórias de grandes figuras do jornal.

Livros e documentários contam a história do 'Pasquim'

'Humor com Gosto de Pasquim' e O 'Pasquim: a Revolução pelo Cartum'

 O documentário, dividido em duas partes, fala sobre os bastidores do jornal e será exibido pela SescTv nesta quarta-feira (26), às 20h e às 23h, respectivamente. Com direção de Louis Chilson, a atração também vai ao ar nos dias 28/6, sexta, a partir das 23h; e 30/6, domingo, a partir das 14h30.

O Pasquim - Antologia

Organizada pelos membros da patota do Pasquim Jaguar e Sérgio Augusto, a antologia do semanário possui três volumes: I (1969-71), II (1972-73) e III (1973-74). Os livros reúnem as publicações da fase mais inspirada do hebdomadário. A seleção traz textos, entrevistas e ilustrações de grandes nomes da cultura brasileira.

'Tá rindo de quê?'

O documentário foca no período da ditadura militar brasileira (1964-1985), quando o Brasil viu florescer uma geração brilhante de artistas que se dedicaram ao humor, tanto na TV quanto na mídia impressa. Como não poderia deixar de ser, a história do Pasquim é um dos destaques do filme dirigido por Alê Braga, Álvaro Campos e Claudio Manoel.

'O Pasquim: a subversão do humor'

O documentário é uma realização da TV Câmara e tem direção de Roberto Stefanelli. Nele, nomes como Ziraldo, Sérgio Cabral, Luiz Carlos Maciel, Reinaldo, Hubert, Angeli, Chico Caruso, Washington Olivetto, entre outros, lembram como o jornal invadiu o Brasil, enfrentando a censura dos militares com humor afiado.

'Henfil'

Foi nas páginas do Pasquim que Henfil popularizou os fradins, personagens que passaram a ser a marca registrada de sua obra. Com direção de Angela Zoé, o documentário sobre o cartunista tem depoimentos de nomes como Ziraldo, Jaguar, Sérgio Cabral e Tárik de Souza.

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'Nos bastidores d'O Pasquim'

Com prefácio de Sérgio Cabral, o livro do ensaísta João Baptista Vargens conta a história do jornal e tem depoimentos de diversos colaboradores que passaram pela sua estrelada redação.

'A vida extra-ordinária de Tarso de Castro'

O filme narra a vida do idealizador e editor do Pasquim, Tarso de Castro, que encarnou a ideia do jornalismo como grande aventura contestatória e irreverente.

'Millôr no Pasquim'

O pequeno livro reúne alguns dos artigos e ilustrações feitos para a publicação por Millôr, um dos mais celebrados membros da patota do Pasquim.

No site, será possível ler as edições do semanário, porém ainda sem ferramentas de pesquisas . Estas serão disponilbilizada no portal que será inaugurado em outubro, quando for aberta uma exposição sobre o "Pasquim" no Sesc Ipiranga, em São Paulo. A partir da pesquisa por nome, será possível escolher um colaborador (como Millôr Fernandes ou Tarso de Castro, por exemplo) e acessar tudo o que ele publicou no jornal.