Ninguém está livre de proferir uma piada de mau gosto. Não é porque o sujeito virou prefeito ou ministro que uma dádiva dos céus faz com que ele só diga coisas certas e relevantes. Se bem que prefeitos e ministros têm o dever de pensar duas vezes antes de falar qualquer coisa. Mas, pelo jeito, os prefeitos, ministros e presidentes que nos cercam não pensam nem uma vez inteira antes de falar. É o que ficou demonstrado esta semana.
Não é não, prefeito. O carioca, geralmente, é sensível e sabe que brincadeira tem hora. Mas há exceções, é claro.
Crivella parecia ter o direito de ganhar o troféu Mico da Semana, mas aí, na quinta-feira, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, postou um vídeo na sua conta no Twitter. Aparentemente gravado em seu gabinete, o vídeo mostra o ministro entrando pelo canto esquerdo da tela, portando um guarda-chuva aberto e cantarolando “Singin’ in the rain”, de Arthur Freed e Nacio Herb Brown. Mas o que é isso? Weintraub quer fazer teste para algum musical? Não! Quer denunciar fake news. “Essa última fake news, fresquinha pra vocês, alega que a paralisação da recuperação do Museu Nacional, aquele que o reitor da UFRJ não conseguiu explicar...” Peraí, como é que é? O que o ministro quis dizer? Que o reitor não soube explicar o museu? Como assim? O museu precisa de explicação? Bem, deixa o vídeo rodar. O ministro continua: “O que acontece? Haviam emendas parlamentares...” Para de novo. O sujeito é ministro da Educação e não conhece uma regra básica de concordância verbal?
Geralmente, esse erro é cometido por quem não sabe português direito, mas quer falar difícil. Aí surge o “houveram erros” ou o “haviam emendas”. No post, o ministro apresenta o vídeo com o seguinte texto: “Mais uma #FakeNews. Agora, sobre o contingenciamento de verbas no Museu Nacional, do Rio de Janeiro. Descubra a verdade”. Pois descobri. A verdade é que o ministro não sabe que o verbo haver, no sentido de existir, não varia. Nunca! É fácil, ministro. Não varia nunca!
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