May 2, 2018

STF muda entendimento sobre pochete


Renato Terra

Ilustração

 

Por 6 votos a 5, o Supremo Tribunal Federal decidiu que usar pochete é cool. A decisão muda o entendimento da corte que, no mês passado, havia chegado a um consenso de que o artefato era chumbrega.

A interpretação abre caminho para a absolvição das ombreiras, dos mullets e do neon aceso embaixo de automóveis.

Mas a ministra Cármen Lúcia levará ao plenário liminar das lojas Riachuelo para reavaliar, com base em provas fotográficas, uma pochete de veludo usada por Lula em 1988.
"Temos que apreciar com base nas evidências. Dependendo da estampa, essa pochete do Lula pode alterar novamente nosso entendimento", antecipou a presidente do STF.

"Agora, o que não dá é para deixar a questão com o Sergio Moro, que combina camisa preta com terno preto e gravata preta. Parece um garçom de buffet barato. Não tem condição de julgar pochete."
O Supremo já havia alterado entendimento sobre Romero Britto. "Essa foi fácil. Todo mundo achava legal e agora entende como cafona. Só ouvimos a voz das ruas", explicou Luís Roberto Barroso, que quer colocar em pauta nova interpretação do ovo de codorna com molho rosê.

Encontrado Ministério Público mineiro

"Ele existe!", exclamou, aos prantos, a aposentada Mirtes Alcântara Bulhosa ao tomar conhecimento da existência do procurador Antônio de Padova Marchi Júnior.

Dona Mirtes leu na Folha a declaração de Marchi Jr. dizendo que a prisão de Eduardo Azeredo seria um constrangimento, pois sua condenação se deu em votações apertadas.

Ao ser confrontada com a informação de que a Promotoria estava, na verdade, protegendo o tucano, dona Mirtes foi enfática: "Meu filho, eu passei 87 anos da minha vida sem acreditar na existência de curupira, mula sem cabeça e Ministério Público mineiro. Deixa eu comemorar um pouquinho".

O Brasil que a gente quer é progressista

O Partido Progressista, o mais investigado pela Lava Jato, viu sua bancada crescer sem constrangimento, a ponto de se tornar a terceira maior da Câmara. O intuito ficou claro: a concentração em massa de investigados visa facilitar a vida do eleitor. Basta não votar em ninguém do PP nas próximas eleições.

Contador

Estamos trabalhando constrangidos há 44 dias sem saber quem matou —e quem mandou matar— Marielle Franco.

ilustração Debora Gonzalez 

 

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