A exposição tem quase 300 originais, selecionados a partir dos mil que pertencem à família de J.Carlos e estão sob a guarda do IMS.
As peças gráficas abrangem desde a década de 1920 até o fim da década de 1940, e foram publicados em revistas como "Para Todos", "Careta" e "O Tico-Tico".
"É a maior exposição que já houve com essa quantidade de originais dele. É importante para mostrar o processo [de criação]", diz o escritor Paulo Roberto Pires, que divide a curadoria com Loredano e com Julia Kovensky.
A mostra traça um caminho em quatro etapas: a primeira traz as criações gráficas –letras, logotipos e títulos, além de desenhos que emolduravam textos.
A segunda é dedicada às crônicas visuais, com cenas de costumes e acontecimentos do Brasil da época.
Há uma extensa porção que mostra a produção durante a Segunda Guerra e o início da Guerra Fria, na qual se nota seu ativismo político pró-Aliados. E, por fim, suas histórias em quadrinhos e desenhos para as crianças.
VIDA NA PRANCHETA
Trabalhando numa era anterior à disseminação das fotografias, J.Carlos era o responsável por toda a parte visual nas publicações em que trabalhou.
O artista não apenas desenhava caricaturas, ilustrações e charges – ele também criava as vinhetas, as capitulares, os anúncios.
"Um jogo de futebol, um incêndio, a inauguração de uma estátua. Tudo era ele que pincelava, porque não tinha foto", diz Loredano.
Não por acaso, sua produção é volumosa, ultrapassando os 50 mil desenhos, o primeiro deles
publicado em 1902, no semanário "Tagarela". "Ele trabalhou até 1950, até morrer. Morreu em cima da prancheta, onde passou a vida", diz Loredano.
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