April 13, 2024

A afronta de Elom Musk é parte da estratégia global da extrema direita

 

  Por André Barrocal
 
 Três dias após Jair Bolsonaro perder a eleição de 2022, seu então vice-presidente e hoje senador, general ­Hamilton Mourão, escreveu no ­Twitter, rede social rebatizada de X: “Agora querem que as Forças Armadas deem um golpe e coloquem o País numa situação difícil perante a comunidade internacional”. O capitão passou aquele mês de novembro trancado no Palácio da Alvorada a tramar contra a derrota. Um decreto presidencial golpista não vingou em boa medida pelo que estava nas entrelinhas do comentário de Mourão: falta de apoio externo, em especial dos Estados Unidos. E se o mandatário norte-americano fosse Donald Trump e não Joe Biden? E se Trump voltar à Casa Branca em 2025? Esse cenário explica a razão de o bolsonarismo jogar as fichas no tabuleiro internacional para tentar salvar o ex-presidente de um acerto de contas com a Justiça. Eis como entram em cena o bilionário sul-africano Elon Musk e seu ex-Twitter, aliados na guerra contra o Judiciário brasileiro e movidos por interesses econômicos particulares.
 
Nos últimos dias, Musk colocou sua rede social a serviço de Bolsonaro contra o Supremo Tribunal Federal e, particularmente, o juiz Alexandre de Moraes, relator de vários inquéritos policiais que alcançam o ex-presidente. De certa forma, seguiu um apelo público feito em fevereiro pelo deputado Eduardo Bolsonaro durante um encontro reacionário periódico nos EUA, a Conferência de Ação Política Conservadora. “Relatem o que está acontecendo no Brasil. Amanhã, teremos um milhão de pessoas nas ruas de São Paulo em apoio ao presidente Bolsonaro. Façam com que essas imagens circulem pelo mundo. Congressistas americanos (sic), pedimos uma audiência em seu Congresso. Vocês são os líderes do mundo livre. Ajudem-nos a expor esta tirania.”
 
O discurso ocorreu na véspera de uma
manifestação na Avenida Paulista con-
vocada por Bolsonaro para se defender
do avanço das apurações policiais sobre
a tentativa de golpe no fim de 2022. Em
fevereiro, recorde-se, mês da viagem de
Eduardo a Washington, a Polícia Fede-
ral havia apreendido o passaporte do ca-
pitão, e este logo em seguida refugiara-
-se por dois dias na embaixada húngara
em Brasília. A Hungria é governada pela
extrema-direita desde 2010. A propósi-
to, o ex-presidente convocou os fiéis pa-
ra irem às ruas de novo, em 21 de abril,
agora em Copacabana, no Rio.
 
Aquela audiência solicitada por Eduar-
do ao Congresso norte-americano em fe-
vereiro não ocorreu. Ele chegou a ir aos Es-
tados Unidos em março com alguns cole-
gas parlamentares, em vão. O presiden-
te da Comissão de Direitos Humanos da
Câmara dos EUA, o oposicionista Chris
Smith, havia topado a audiência. O vice,
Jim McGovern, pró-Biden, não. Na última
semana, Eduardo e uns colegas deputados
reuniram-se com políticos de extrema-di-
reita no Parlamento Europeu. A trupe bra-
zuca martela no exterior uma ficção, a da
“tirania do governo Lula”. Os europeus vão
eleger em junho um novo Parlamento, e os
líderes do continente esforçam-se para
evitar que mentiras espalhadas via redes
sociais contaminem o voto. Serão exigidas
providências das chamadas Big Techs, co-
mo Facebook, YouTube e o ex-Twitter,
contra a desinformação. Graças à legis-
lação local, as empresas estão ao alcance
de multas pesadas, de até 6% da receita.
 
A União Europeia tem em vigor desde
o início do ano duas leis destinadas a coi-
bir o poder de mercado e de desinforma-
ção das Big Techs. Google e Facebook já 
sentem na pele os efeitos da Lei de Merca-
dos Digitais. A Lei de Serviços Digitais é
motivo de dor de cabeça para Musk. Pou-
co antes de sua vigência, o bloco iniciou,
em dezembro, uma investigação formal
contra o ex-Twitter, pelo fato de a com-
panhia recusar-se a ser transparente e
a coibir a disseminação de discursos de
ódio e mentiras. Para a Comissão Euro-
peia, a rede de Musk “é a plataforma com
maior taxa de postagens de desinforma-
ção”. Não surpreende que a rede social te-
nha desistido, em fevereiro, de participar
de um acordo contra a desinformação na
eleição ao Parlamento Europeu.
 
Por aqui, o deputado Orlando
Silva, do PCdoB paulista, apro-
veitou o caso Musk-Moraes pa-
ra defender a votação da Lei das
Fake News, aprovada em 2020
no Senado e desde então aos
seus cuidados na Câmara. É uma pro-
posta inspirada na Europa. Em linhas
gerais, diz que uma plataforma não po-
de lavar as mãos diante do conteúdo dis-
seminado por um usuário, ou seja, cabe
puni-la também. E tenta, digamos, ilu-
minar os algoritmos, aqueles códigos in-
ternos de uma plataforma criados para
manter os usuários o maior tempo pos-
sível na frente do celular ou do compu-
tador. Os algoritmos oferecem aquilo
que supostamente os indivíduos que-
rem. Conteúdos de ódio, racistas e dis-
criminatórios são perfeitos para man-
ter os usuários conectados, pois mexem
com paixões. Quanto mais tempo alguém
fica conectado à web, mais dinheiro ga-
nham as plataformas. É o que elas “ven-
dem” aos clientes: a atenção dos inscri-
tos. “Tudo se resume a lucro, a uma bus-
ca por dinheiro. Mais dinheiro a partir
de mais adesão de rede social que se tor-
na mais atrativa quando mostra violên-
cia, desunião, quando dá aderência a con-
flitos entre direita e esquerda, entre per-
sonagens políticos”, disse o presidente do
Senado, Rodrigo Pacheco, na terça-feira
9, ao defender a votação da Lei das Fake
News pelos deputados. “No fim das con-
tas é uma busca indiscriminada, antié-
tica e criminosa pelo lucro e isso, obvia-
mente, tem de ser contido por lei e esse é
o nosso papel enquanto Congresso.”
 
Naquele dia, o líder do governo na Câ-
mara, José Guimarães, do PT do Ceará,
e o líder do PCdoB, Márcio Jerry, do Ma-
ranhão, pediram ao presidente da Casa,
Arthur Lira, do PP de Alagoas, a votação
urgente do projeto. E Lira? Em maio do
ano passado, o alagoano tinha se esfor-
çado para levá-la adiante, sem conse-guir. 
 
Houve lobby fortíssimo das plata-
formas, que insuflaram a ideia de que a lei
iria censurar a Bíblia, entre outras san-
dices. Agora Lira decidiu (palavra dele)
“zerar” o jogo, tirar a lei das mãos de Sil-
va e montar um grupo de trabalho para
(palavras dele de novo) ter um texto da-
qui a 30 ou 40 dias. Haverá mesmo um
texto daqui a um mês, bem às vésperas
de o Congresso fechar em razão das fé-
rias e da eleição municipal de outubro?
CartaCapital conversou com depu-
tados que testemunharam as conver-
sas reservadas de Lira. A conclusão é de
que o presidente da Câmara jogou a fa-
vor do bolsonarismo, que não aceita a lei.
 
O deputado alagoano deseja fazer o su-
cessor no comando da Casa em feverei-
ro, de preferência o líder do União Brasil,
Elmar Nascimento, da Bahia, e não tem
certeza da posição do governo. Cultivar
o coração da extrema-direita a partir de
tema caro a ela pode render votos futu-
ros a Nascimento. Não está claro se Lira
vai usar o grupo de trabalho para enrolar
e não votar nada ou se o plano é parir um
texto inútil. Em qualquer dos casos, vitó
ria de Bolsonaro e cia. “Há uma guerra
fria do Lira com o Supremo. Na reunião
de líderes que decidiu pelo grupo de tra-
balho, ele disse mais de uma vez: ‘Por que
o Orlando defende o Supremo?’ Sem vo-
tar a lei, o Congresso não dá suporte jurí-
dico ao STF para agir contra as fake news,
isso alimenta a narrativa bolsonarista de
que a Corte faz política e pratica ativis-
mo judicial”, descreve um parlamentar.
 
O Supremo faz pressão pública pela
aprovação da lei, pela voz do juiz Gilmar
Mendes. A Corte não ficou inerte diante
da recente prestação de serviços de Musk
ao bolsonarismo. Ao contrário. Moraes
incluiu o magnata na mira de um dos in-
quéritos sob sua responsabilidade, o das
milícias digitais. Justificativa para a in-
clusão: “dolosa instrumentalização cri-
minosa” do ex-Twitter. Moraes abriu ain-
da um inquérito exclusivo sobre o bilioná-
rio, por obstrução de Justiça, formação de
quadrilha e incitação ao crime. Será que
o segundo homem mais rico do mundo,
detentor de uma fortuna de 195 bilhões
de dólares, um dia será acusado, julgado,
condenado e preso no Brasil? Difícil. O ex-
-Twitter, sim, pode vir a sofrer. O escritó-
rio brasileiro tentou convencer o magis-
trado de que não segue ordens diretas de
Musk e que não merecia ser punido por
nada. “Cinismo”, anotou o togado ao ne-
gar o pedido de exclusão, na terça-feira 9.
 
Areação do Supremo ao bilio-
nário foi coordenada e não
ficou restrita às decisões de
Xandão com X. Na terça-fei-
ra 9, Dias Toffoli comunicou
que vai liberar até o fim de ju-
nho ao plenário uma ação contrária a cer-
to dispositivo do Marco Civil da Internet,
lei de 2014. O dispositivo é o artigo 15, que
trata da guarda, pelas plataformas, de in-
formações sobre usuários e conteúdos. Se
a regra for preservada, haverá mais poder
para a Justiça agir contra as Big Techs. O
julgamento chegou a ser programado pa-
ra maio do ano passado, logo após o nau-
frágio da tentativa dos deputados de vo-
tar a Lei das Fake News. Não ocorreu por
causa de um pedido da Câmara, que que-
ria mais tempo para resolver o impas-
se quanto à lei. De certa forma, Toffoli
tenta contornar a inércia atual de Lira.
 
Também na terça-feira 9, o presidente do
Supremo, Luís Roberto Barroso, marcou
o julgamento de uma ação sobre a permis-
são ou não de um juiz de primeira instân-
cia tirar uma rede social do ar. Será entre
os dias 19 e 26.
 
Na quarta-feira 10, Luiz Fux autorizou
a abertura de um inquérito policial sobre
possível crime de injúria cometido contra
o presidente Lula pelo deputado Nikolas
Ferreira, do PL mineiro. Em novembro
do ano passado, Ferreira estava em um
evento da ONU nos EUA e, em discurso,
chamou o presidente de “ladrão”. Há um
vídeo a registrar a declaração. Lula pediu
apuração do caso à PF. Esta havia acio-
nado o Supremo em fevereiro. O procu-
rador-geral da República, Paulo Gonet,
concordou com a instauração de uma
investigação. O vídeo, segundo ele, “de-
monstra, sem maiores dúvidas, a possível
prática do crime de injúria contra o presi-
dente”. Injúria é ilícito castigado com pri-
são de um a seis meses e/ou multa.
 
Na véspera da decisão de Fux, Musk
havia escrito no ex-Twitter: “Como Ale-
xandre de Moraes se tornou o ditador do
Brasil? Ele tem Lula na coleira”. Mais:
“Colocou o dedo na balança para eleger”
o petista. Moraes era na eleição de 2022,
e ainda é, presidente do Tribunal Supe-
rior Eleitoral. Ferreira aproveitou os co-
mentários do bilionário e pediu a ele que
o ex-Twitter entregue o que tiver de in-
formação passível de uso contra Moraes
e Lula. “Isso vai ser crucial para o futu-
ro do nosso País”. Resposta: “Precisamos
levar nossos funcionários no Brasil para
um local seguro ou que não estejam em
posição de responsabilidade, então fare-
mos um dump (despejo) completo de da-
dos”. No dia seguinte, Musk parabenizou
Ferreira via ex-Twitter pela “coragem”
de chamar Lula de “ladrão”.
 
Um material interno do ex-
-Twitter está na origem da
cruzada de Musk e Bolsonaro
contra Moraes e o Supremo.
 
Em 3 de abril, um jornalis-
ta norte-americano, Michael
Shellenberger, e dois direitistas brasi-
leiros que se dizem jornalistas, David
Ágape e Eli Vieira Jr, divulgaram con-
versas internas de advogados da rede so-
cial sobre ordens judiciais que tinham de
cumprir no Brasil. O bolsonarismo e seus
aliados alegam que as mensagens prova-
riam (não provam) ditadura e abuso ju-
dicial. Shellenberger esteve dois dias de-
pois em um evento reacionário em Porto
Alegre, o Fórum da Liberdade, cujo espí-
rito é o mesmo daquela conferência pe-
riódica nos EUA.
 
O material divulgado por Shellenberger
e seus colegas brasileiros faz parte de um
pacote que Musk decidiu jogar na praça
após tomar posse do ex-Twitter, no fim
de 2022, batizado nos EUA de “Twitter
Files”. O ano de 2022 marcou uma espé-
cie de aliança do bilionário com Trump,
Bolsonaro e a extrema-direita global.
Tudo começa com a compra da rede so-
cial, uma negociação tornada pública em
maio de 2022. Naquele mês, Musk decla-
rou que no passado havia votado no Par-
tido Democrata, o de Joe Biden (ele tem
cidadania norte-americana), e não o fa-
ria mais. Dois dias depois do comentá-
rio, reunia-se no Brasil com Bolsonaro.
Na ocasião, anunciou o início das opera-
ções por aqui de sua empresa de satélites,
a Starlink. O acordo com governo era para
oferecer internet a escolas na Amazônia.
 
A Starlink dava-se bem na primeira
versão de um plano lançado pelo Minis-
tério da Educação no ano passado, já com
Lula em cena. A pasta havia preparado
uma Estratégia Nacional de Escolas Co-
nectadas, a fim de levar internet a 138 mil
instituições públicas até 2026, um inves-
timento de 8 bilhões de reais. Pisou no
freio quando, em outubro, a mídia cons-
tatou que os parâmetros definidos para a
internet que deveria ser fornecida às es-
colas favoreciam a Starlink. Eles acaba-
ram alterados há dois meses. Em meio à
confusão geral, o Ministério Público atu-
ante no Tribunal de Contas da União, ór-
gão que auxilia o Congresso a vigiar o go-
verno, pediu a suspensão de todos os con-
tratos federais com a companhia, por “to-
tal afronta e desrespeito à soberania n
ional” e ameaça de “não se submeter ao
direito brasileiro”, segundo o MP.
 
De volta às relações de Musk com a ex-
trema-direita. Em novembro de 2022,
mês de eleição para parte do Congresso
norte-americano, o empresário manifes-
tou apoio ao Partido Republicano e reati-
vou a conta de Trump no ex-Twitter, fe-
chada pela rede social após a invasão do
Capitólio, em janeiro de 2021. “Suspen-
demos permanentemente a conta devido
ao risco de mais incitação à violência”, di-
zia a empresa. Um ano depois, Musk se-
lava uma aliança com Javier Milei, o eco-
nomista ultraliberal eleito presidente ar-
gentino. “A prosperidade está adiante pa-
ra a Argentina”, escreveu o empresário
em sua rede social no dia da vitória de
Milei. Em 6 de dezembro de 2023, quatro
dias antes da posse do argentino, os dois
falaram por telefone. Tão logo assumiu,
uma das primeiras medidas do argenti-
no foi autorizar a Starlink a funcionar no
país. Milei foi aos EUA na terça-feira 9 e,
no sábado 13, visitaria a sede da fábrica
de carros elétricos de Musk, a Tesla, on-
de teria um tête-à-tête com o magnata.
 
O namoro do bilionário com radicais
direitistas é um pouco mais antigo. Em
2019, extremistas bolivianos apearam
do poder o socialista Evo Morales e as-
sumiram com Jeanine Áñez, hoje em ca-
na, destino que Bolsonaro volta e meia diz
que pode ser o dele próprio. No ano se-
guinte, Musk meteu-se em uma discus-
são no ex-Twitter com um internauta que
havia escrito: “Você sabe o que não inte-
ressa às pessoas? O governo dos EUA or-
ganizando um golpe contra Evo Morales
na Bolívia para que você possa obter lí-
tio lá”. Resposta do magnata: “Vamos dar
golpe em quem quisermos. Lide com is-
so”. Ainda eram tempos de Trump na Ca-
sa Branca. A Bolívia, conforme um rela-
tório do serviço geológico norte-ameri-
cano, possui a maior reserva mundial
de lítio, insumo de baterias de celulares,
laptops e carros elétricos. No ano passado,
com os socialistas de Moraes de volta ao
governo, a Bolívia selou um acordo com
China e Rússia para explorar o mineral.
 
OBrasil possui a 12ª maior re-
serva de lítio, embora estu-
dos próprios do Ministério de
Minas e Energia coloquem o
País na sétima posição. O
grosso da reserva daqui (85%)
localiza-se no norte de Minas Gerais, no
Vale do Jequitinhonha, área paupérrima.
O governador mineiro Romeu Zema ten-
ta desde 2023 atrair investidores estran-
geiros para lá, ao “vender” um “Vale do
Lítio”. Uma canadense, a Sigma Lithium,
aportou no ano passado e, em julho, co-
meçou a exportar para a China. Segundo
a agência de notícias Bloomberg, Musk
teria planos de comprar a Sigma. Há dois
anos, o empresário tinha escrito no ex-
-Twitter que o preço do lítio estava alto e
talvez tivesse de entrar no setor mineral,
para garantir o insumo à Tesla.
 
A mineração está na base da fortuna
da família Musk. Elon respirou extremis-
mo de direita de 1971, ano de nascimento,
até 1989, o de sua imigração para o Cana-
dá. Quando nasceu na África do Sul, o pa-
ís vivia o Apartheid, regime pelo qual os
brancos, minoria de 8%, mandavam nu-
ma nação de 80% de negros – segrega-
dos, excluídos física, política e economi-
camente. O sistema acabou em 1994. En-
quanto vigeu, o pai de Musk, Errol, man-
teve uma mina de esmeraldas na Zâmbia,
país nas redondezas, e enviava o dinheiro
para a terra natal. Em 2021, Elon negou
esses fatos: “Não há qualquer evidência
de uma ‘mina de esmeraldas’”. Foi des-
mentido pelo próprio pai em 2023, numa
entrevista a um jornal britânico: “Elon
sabe que é verdade. Todas as crianças sa-
bem disso. Minha filha (Tosca) tem três
ou quatro pingentes de esmeralda”.
 
Elon Musk e fake news, tudo a ver.
 
CARTA CAPITAL 

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