O coletivo de artistas midiáticos por trás dos monólitos

 

Camilo Rocha

 

Um coletivo de artistas americanos está por trás de dois enigmáticos monólitos de metal que apareceram nos EUA entre novembro e dezembro de 2020. Conhecido como The Most Famous Artist, o grupo é liderado por Matty Mo, que descreve o próprio trabalho como uma criação de arte, murais e manchetes.
O caso do monólito foi um exemplo bem-sucedido da abordagem de Mo, pois o aparecimento das peças repercutiu na imprensa e nas redes sociais por todo o mundo.

“Existe melhor maneira de terminar esse ano tão ferrado que deixar todo mundo pensar por um momento que alienígenas fizeram contato conosco, só para ficar desapontado ao perceber que é só The Most Famous Artist fazendo truques de novo?”, disse um dos membro do grupo, o artista Mo Matty, ao site Mashable.

Depois dos monólitos americanos, que lembram objeto similar que aparece no filme “2001: Uma odisseia no espaço”, peças semelhantes apareceram na Romênia, Espanha, Inglaterra e Holanda. O coletivo não afirmou se tem relação com os monólitos fora dos EUA. Em vários desses locais, os objetos desapareceram depois de alguns dias.

O site do The Most Famous Artist oferece para venda um monólito como os que foram encontrados pelo preço de US$ 45 mil. O objeto tem cerca de 3 metros de altura. Apesar do perfil do The Most Famous Artist no Instagram ter assumido a responsabilidade pela iniciativa, Matty Mo relutou em confirmar a autoria ao Mashable. Segundo ele, questões legais o impedem de falar muito sobre o assunto.

“Posso dizer que somos bem conhecidos por façanhas midiáticas dessa natureza e desta vez estamos oferecendo objetos de arte autênticos por meio de um serviço de monólitos”, declarou Mo.

 

Artista americano Matty Mo, fundador do coletivo The Most Famous Artist

 
Em 2017, um dos integrantes do grupo realizou uma intervenção no famoso letreiro “Hollywood”, em Los Angeles. Ao substituir duas letras, o letreiro passou a dizer “Hollyweed”, uma brincadeira com a palavra “weed” (maconha).

Dois anos depois, Mo criou uma instalação chamada “The Fyre Experience”, onde pessoas podiam fingir que estavam no festival Fyre, evento que ficou famoso pela desorganização, precariedade das instalações e problemas financeiros.

De acordo com Mo, a alcunha “The Most Famous Artist” explora a ideia de que qualquer um pode ser quem acha que é. Um dia ele decidiu que queria ser “o artista mais famoso”, conseguindo isso por meio de “projetos que provocam manchetes”.

Ao pensar na alcunha, o artista levou em conta a otimização do mecanismo de busca do Google. Deu certo. Ao se procurar “The most famous artist” no serviço, o rosto de Matty Mo aparece ao lado de nomes como Vincent van Gogh, Pablo Picasso e Leonardo da Vinci.

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