October 6, 2020

E essa simbiose esquista entre Bolsonaro e Toffoli?!

 

 




“Bolsonaro ocupou grande parte do seu domingo a oferecer explicações nas redes sociais para seus devotos que não engoliram a nomeação do novo ministro. Foi lacônico quando outro dos seus seguidores perguntou por que no sábado à noite ele foi à casa do ministro Dias Toffoli, do Supremo, comer pizza e assistir ao jogo do Palmeiras contra o Ceará: “Preciso governar. Converso com todos em Brasília. Um abraço”.” [Veja]

Psiiiiiiiii, silêncio, Bolsonaro descobriu que presidente não é ditador e precisa conversar. Quem te viu quem te vê, hein.

Toffoli também precisou se explicar e as aspas mais loucas desse dia puxadíssimo são dele:

“Eu sou um cara que gosta de unir as pessoas, que todo mundo se divirta. Confraternizar. Foi uma confraternização, ninguém falou de trabalho. Não estávamos aqui para discutir assunto sério”, disse o ministro.”

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Vale no mínimo uns 10 tapas na cara duma mão cheia de anel.

Vai ver as autoridades se reuniram pra debater os rumos de A Fazenda, elogiar o Arrascaeta (que homem!) e conjecturar sobre a saída da Maísa do SBT. Tá pra nascer um ministro mais cretino que o Toffoli, como que ele acha que essa frase é digna de ser enunciada publicamente?!

“Nos bastidores, ele tem dito que é preciso manter a harmonia entre os Poderes e que não há nenhum prejuízo de que a cúpula deles se reúna com alguma frequência. Quanto mais Toffoli tenta justificar a cena de promiscuidade explícita com Bolsonaro, mais escandalosa ela fica. Só grandes amigos se abraçam com tanto carinho. Isso nada tem a ver com harmonia entre os Poderes. Impensável que um ministro da mais alta Corte de justiça seja tão íntimo do presidente da República que pode justamente ser alvo de muitas de suas decisões. Nada faltou na cena reveladora das entranhas do poder que serviu para reforçar a convicção de que a independência dos tribunais é coisa para inglês ver. Toffoli e Bolsonaro sem máscara em meio à pandemia; abraçados quando se recomenda o distanciamento; à porta da casa do ministro e não dos gabinetes oficiais de um ou do outro; observados por um policial sem máscara.

Se a gente já fica puto imagine o Fux…

“Magistrados do STF (Supremo Tribunal Federal) creditam ao próprio presidente da corte, Luiz Fux, a falta de deferência de Jair Bolsonaro, que não comunicou a ele com antecedência que indicaria o desembargador Kassio Marques para integrar o tribunal. E fez mais: um dia antes, levou o escolhido para um encontro com Gilmar Mendes e Dias Toffoli. No ano passado, Bolsonaro convidou Fux para um encontro reservado em Brasília —ele já chamou outros ministros para conversar, em cafés, almoços ou jantares. O magistrado declinou. Quando assumiu, Fux fez ainda questão de sinalizar que o Supremo ficaria distante de políticos —numa conduta diferente da do antecessor, Dias Toffoli, que sempre privilegiou o diálogo com os outros poderes. Resultado: na hora de escolher o novo ministro do STF, Bolsonaro não se preocupou em avisá-lo primeiro.[Folha]

Então fiquemos assim: não só Bolsonaro anunciou o nome antes do Celsão se aposentar como ignorou completamente o presidente da Suprema Corte.

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“A atitude contrariou o presidente do STF —que manifestou o desagrado a ministros do governo.”

Como é que faz pra torcer pelo Fux, Brasil? Tá puxado…

E olha a malandragem presidencial, o combinado não era ir na casa do Gilmar:

“Na terça-feira, Gilmar Mendes tinha hora marcada com Bolsonaro para um encontro no Planalto. Foi o presidente quem mudou o local para a casa do ministro, levando consigo o futuro colega. Esse minueto formalizou o beneplácito público de Gilmar Mendes à indicação. Coisa inédita.” [Folha]

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Gilmar tomando volta do Bolsonaro, que fase.

Teoricamente Kassio entraria na turma que vota os processos da Lava-jato, mas há ministros tentando eviar isso:

“O destino de Kassio ao chegar no STF ainda não está definido em relação às turmas. Após a saída de Celso, o presidente da corte, Luiz Fux, terá de fazer uma consulta aos integrantes da Primeira Turma sobre o desejo de trocar de colegiado. O mais antigo tem preferência, mas o ministro Marco Aurélio é um crítico histórico da troca de turmas no tribunal. O segundo mais antigo, Dias Toffoli, tem dito a interlocutores que quer sair um pouco dos holofotes e que prefere evitar julgamentos da Lava Jato, que geralmente ganham o noticiário e despertam críticas quando há absolvição de políticos investigados. A ala contrária à operação, no entanto, pressiona Toffoli a aceitar a troca de turma para garantir uma maioria contra a Lava Jato.” [Folha]

Sim, tanto Toffoli quer sair dos holoftes que achou uma boa idéia receber o presidente em sua casa sem negar-lhe um caloroso abraço.

“Um ministro disse à Folha que é cedo para cravar como ficará a composição das turmas. Em outras palavras, as articulações estão em curso. No acervo de processos de Celso de Mello que podem ser herdados pelo indicado do presidente está a investigação contra o próprio Bolsonaro por supostas interferências na Polícia Federal, motivada por acusações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro. Há também uma situação que envolve o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). O STF decidirá sobre a concessão de foro especial ao filho do presidente da República, após o Ministério Público do Rio de Janeiro, que investiga o esquema da “rachadinha”, questionar decisão do Tribunal de Justiça fluminense que tirou o caso da primeira instância. Caso o benefício seja confirmado pela Supremo, poderá ganhar força a tese de anulação das provas colhidas durante a investigação da “rachadinha”, esquema que seria operado por Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio na Assembleia do Rio.”

E atenção, Brasil!

“Um outro caso que também alimenta expectativa sobre a atuação do novo ministro é a rescisão da colaboração premiada da JBS, pendente de discussão no STF. A indicação de Kassio, segundo aliados de Bolsonaro e integrantes do Judiciário, contou com o respaldo do advogado Frederick Wassef, que até o mês de junho atuava na defesa de Flávio no caso da “rachadinha”.”

Wassef também prestou serviços à JBS. Recebeu da empresa, segundo apontou um relatório do Coaf, órgão de inteligência financeira, pagamentos de R$ 9 milhões entre 2015 e 2019, e chegou a procurar a PGR (Procuradoria-Geral da República) para tratar da rescisão do acordo.”

Sabe quem foi a primeira pessoa a dizer que o Wassef estava por trá da indicação. O insuspeito, digamos asssim, Allan dos Santos!

Alguém acha que Bolsonaro pode dizer não ao Wassef, o homem-boma?! E tá explicada a pressa presidencial:
“O Planalto corre para nomear o desembargador do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) Kassio Marques ministro do Superior Tribunal Federal (STF). O senador Eduardo Gomes (MDB-TO), líder do governo no Congresso, organizou para esta semana reuniões de Marques com lideranças do Senado, Casa a qual compete avalizar o nome indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à vaga na mais alta corte do país. O Planalto trabalha para que, tão logo Celso de Mello se aposente, a vaga seja preenchida por Kassio Marques. Uma nomeação rápida pode fazer com que Kássio Marques herde do ministro Celso de Mello, que se aposentará no dia 13, o inquérito que apura se Bolsonaro interferiu na Polícia Federal para proteger familiares e aliados, como acusou o ex-ministro da Justiça Sergio Moro.” [O Globo]
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Bolsonaro tomou tanta porrada, e boa parte delas tá no tópico seguinte, que achou de bom tom ANTECIPAR OS VOTOS do nome por ele indicado!

“Em sua conta no Facebook, o presidente Jair Bolsonaro escreveu neste domingo que o desembargador Kassio Marques, escolhido ser ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), está totalmente alinhado com ele. Segundo o presidente, o juiz é contra o aborto, a favor do porte de armas e defende a família. A mensagem foi uma resposta a um internauta que escreveu “Presidente próxima indicação ao STF indica o lula” (sic). Na primeira resposta, Bolsonaro explicou que Lula não preenche o requisito de idade para ser nomeado para o Supremo. “Ele tem mais de 65 anos. Estude e se informe antes de acusar as pessoas”. Em seguida, disse que a escolha de Kassio Marques é “completamente sem volta”. “Kassio é contra o aborto (votará contra a ADPF 442 caso seja pautada). É pró armas nos limites da lei (ele é CAC). Defende a família e as pautas econômicas (quem duvida que aguarde as votações). Resumindo, ele está 100% alinhado comigo, por isso a ferrenha campanha para desconstruí-lo”, escreveu Bolsonaro.” [O Globo]

Nunca antes na história desse pais, companheiro“. Das duas uma: ou o presidente de fato perguntou sobre os votos e o indicado explicou quais seriam seus votos ou Bolsonaro mentiu usando o nome do Kassio.

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Em qualquer dos casos, tivesse alguma dignidade Kassio declinaria da indicação e entraria pra história como um gigante do judiciário brasileiro.

“Nunca antes na história deste país um presidente da República revelou com antecedência como deverá votar ministro indicado por ele para o Supremo Tribunal Federal. Pois foi o que fez, ontem à noite, Jair Bolsonaro a pretexto de defender o desembargador Kássio Nunes Marques, que não foi sequer sabatinado ainda no Senado como manda a lei. Sua nomeação depende disso. Nunca antes na história deste país um presidente da República revelou com antecedência como deverá votar ministro indicado por ele para o Supremo Tribunal Federal. Pois foi o que fez, ontem à noite, Jair Bolsonaro a pretexto de defender o desembargador Kássio Nunes Marques, que não foi sequer sabatinado ainda no Senado como manda a lei. Sua nomeação depende disso.” [Veja]

Bolsonaro deve estar cansado de tanto que tá tendo que se explicar:

“Segundo o presidente, a indicação para a vaga é como “seleção brasileira”. — É muita crítica ai de quem eu to indicando pro Suapremo, ou não? É que indicação pro Supremo, para muita gente ficou igual escalar a seleção brasileira: todo mundo tem seu nome, e aquele que não entrou o nome dele reclama, ai começa a acusar o cara de tudo. Esse mesmo pessoal, no passado, queria que eu botasse o Moro — afirmou. O presidente disse que Marques era “católico e tem uma certa vivência na área militar”. Em seguida, voltou a defender que quem decidiu pela permanência de Cesare Battisti no Brasil foi o Supremo, e não o desembargador, e que a decisão de Marques que derrubou a liminar que proibia a compra de lagostas e vinhos caros no STF foi por uma questão jurídica. — Mentira aquela questão que votou para o Battisti ficar aqui, quem disso isso foi o STF, não foi ele, decidiu em 99. O negócio das lagostas: é que a liminar não pode proibir isso ou aquilo que o Supremo pode comprar. Tem que ver se o processo licitatório estava legal e estava legal — comentou. Bolsonaro também falou que Marques não era desarmamentista e, citando o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, defendeu que o indicado não era comunista, por ter relações com governos do PT. — Acusa ele de comunista: “ah, ele trabalhou com o PT”. Pô, o Tarcísio trabalhou com o PT. Parece que o ministro da Defesa também trabalhou para o PT. Um montão de militar serviu no governo do PT — defendeu.” [O Globo]

Bolsonaro provando do próprio veneno, semeou ódio e desconfiança e quando tem que colher o que plantou fica puto.

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